Lula foi entrevista do pela revista Time, para uma matéria sobre a perda de influência dos EUA na América Latina. A popularidade do candidato do PT à Presidência da República, informa a revista, vem da rejeição popular do modelo neoliberal. “O Consenso de Washington”, diz à Time o professor Terry Karl, da Universidade de Stanford, “aprofundou a concentração de renda e de poder, numa região que já sofre com a pior desigualdade do mundo”. Lula afirmou que, se for eleito, a aprovação da Alca poderá ter que esperar para além de 2005. “A América Latina”, disse Lula, “tem que parar de tratar os Estados Unidos como se fossem um império”.
P-36
O campo petrolífero de Roncador, localizado na Bacia de Campos (RJ), voltará a operar a partir de setembro no local do naufrágio da plataforma P-36, ocorrido em março do ano passado. Receberá uma nova plataforma para retomar a produção petróleo e gás. A plataforma começará produzindo 10 mil barris/dia de petróleo. A produção do campo, que possui reservas superiores a 1 bilhão de barris, era de 86 mil barris petróleo dia quando ocorreram as explosões. A nova unidade, que chagará em outubro, é provisória e ficará operando até que uma plataforma definitiva seja construída para o campo, conforme disse o diretor financeiro da Petrobras, João Nogueira Batista.
Tática
Leitores dessa coluna questionaram a capacidade do principal assessor econômico de Anthony Garotinho, Tito Ryff. É claro que não se duvida da formação e dos conhecimentos de Ryff, ex-secretário estadual do Rio de Janeiro em dois governos. Mas estranham ele ter afirmado, em entrevista a uma rádio, ontem, que apoiava a manutenção do superávit primário em 3,75% do PIB, mas que o dinheiro daí resultante seria utilizado na área social e não para pagar juros. É claro que, se o valor dos gastos sociais do governo aumentar, o superávit cai; Tito Ryff, na verdade, apenas evitou falar dessa forma para não ir contra um dos dogmas do “mercado”, que os candidatos teimam em agradar.
Seis e meia dúzia
O pior na tática dos candidatos de oposição de não desagradar o “mercado” é que o discurso deles fica cada vez mais semelhante – e com pouca, ou nenhuma, diferença para o que diz o governista José Serra. Tito Ryff disse, ainda na entrevista à radio, que o programa do candidato do PSB defende a manutenção do superávit primário, do câmbio flutuante e das metas de inflação. Assim, fica difícil entender a afirmação de Tito Ryff de que a reunião entre Garotinho e o presidente Fernando Henrique, se acontecer, não será uma chancela à política econômica do governo. Se mantido o tripé dessa política – como quer o FMI e concorda Ryff – qual a diferença substancial?
Infra-estrutura
A Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib) e o Partido dos Trabalhadores (PT) acabam de criar um grupo de trabalho para discutir propostas para um futuro plano de governo para o setor de infra-estrutura. A idéia, que partiu do presidente da entidade, José Augusto Marques, foi aceita por Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com empresários associados da Abdib, no dia 5 de agosto. Lula designou para as discussões o físico Luiz Pinguelli Rosa e Antônio Palocci Filho, ex-prefeito de Ribeirão Preto e coordenador do programa de governo petista. O primeiro encontro está marcado para sexta-feira.
A Abdib, fundada em 1955, reúne 150 empresas da área de infra-estrutura, entre investidores, operadores e fornecedores de bens e serviços. O segmento obteve um faturamento de R$ 103 bilhões em 2001 e emprega cerca de 294 mil profissionais. No ano passado, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento na melhoria e expansão dos processos produtivos das empresas do setor atingiram R$ 1,1 bilhão.
Contra
Pelas fotos que têm sido distribuídas pela assessoria do candidato José Serra, sua vice, Rita Camata, não precisa de inimigos. Na última, a bela deputada aparentava ter uns 20 anos mais e quase engolia um microfone.