De acordo com a Serasa, pedidos de recuperações judiciais somaram 186 em novembro; setor de serviços foi o mais afetado
O 10º relatório deste ano do Índice Multiplike de Devedores (IMD) apontou que o índice de inadimplência das empresas voltou a cair após três meses de alta, ficando com uma inadimplência de 10,74% em outubro ante 11,52% de setembro. A faixa com vencidos com prazo curto de até 30 dias foi a que apresentou a maior variação, saindo de 39,75% para 36,84% no mês de outubro. Já do lado dos aumentos, vemos a maior diferença percentual na faixa de vencidos de 181 a 360 dias, saindo de 13,70% para 15,63% no mês de outubro. As demais faixas sofreram uma variação muito pequena e juntas somam 47,53%.
Em outubro, o total de patrimônio líquido (PL) dos fundos analisados (FIDCs) atingiu R$ 56,09 bilhões, dos quais, R$ 54,1 bilhões, referem-se a direitos creditórios, quase 100% do montante. Desse total, R$ 5,8 bilhões não foram quitados na data original de liquidação. O estudo realizado em outubro incluiu uma amostragem de 368 FIDCs.
Segundo Volnei Eyng, CEO da Multiplike, no valor total de direitos creditórios vencidos houve uma estabilização, uma variação muito pequena, mas a diminuição percentual foi relativa ao aumento do patrimônio líquido total de todos os FIDCs multicedente/multissacado.
“Os dados do IMD de outubro, são resultado da expansão do PL dos FIDCs, mas também mostram que o aumento da Selic ainda não refletiu drasticamente no aumento da inadimplência, normalmente o aumento da Selic reflete uns seis meses após”, completa.
O estudo apresenta uma inadimplência sobre sua carteira de direitos creditórios muito abaixo da média de mercado, com um percentual de apenas 0,97% de vencidos. Destes, 98,96% são títulos vencidos há menos de 30 dias, indicando um risco muito menor em comparação com a média do mercado.
Já conforme dados do Indicador de Falências e Recuperações Judiciais da Serasa Experian, em novembro foram registradas 186 solicitações de recuperações judiciais. O número reflete uma alta de 6,3% em comparação ao mesmo período de 2023 e uma queda de 16,6% em relação a outubro de 2024.
Para a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, a previsão é de que até o final do ano o Brasil pode atingir um novo de recorde de recuperações judiciais.
“O aumento das taxas de juros e da inflação elevam o custo do crédito e dificultam o pagamento por parte das empresas que, infelizmente, não conseguem superar a inadimplência e acabam optando por recuperações judiciais. Além disso, a inflação diminui o poder de compra dos consumidores, reduzido as vendas e impactando a saúde financeira dos negócios”, comenta.
Ainda de acordo com o Indicador de Falências e Recuperações Judiciais, o setor de serviços foi o que mais demandou por recuperações judiciais (77), enquanto a indústria registrou o menor número em novembro (24).
Já na análise por portes, as micro e pequenas empresas lideraram as solicitações de recuperações judiciais no período (140). Em seguida vieram os médios (36) e grandes (10) negócios.
O Indicador de Falências e Recuperações Judiciais da Serasa Experian também traz os dados dos pedidos de falências em novembro, que indica 71 registros, um crescimento de 82,1% em relação ao mesmo período do ano passado e uma queda de 22,8% se comparado com o mês anterior.
As micro e pequenas empresas tiveram o maior número de requisições (39), seguidas pelas grandes empresas (23) e as médias (9). na visão por setores, o primário não marcou solicitações, já serviço apontou 28, comércio 23 e indústria 20.