Inadimplência e confiança empresarial fecham trimestre estáveis

Na visão por porte, MPEs acumularam o volume de 44, 2 milhões de dívidas no período

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Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)

Dados do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian indicaram estabilidade no mês de abril, no qual 6,7 milhões de companhias estavam com o CNPJ na lista de inadimplentes. Juntas, elas ultrapassaram a soma de R$ 138,2 bilhões devidos. Em média, cada negócio registrou cerca de sete contas negativadas no período e o ticket médio foi estimado em R$ 2.833,40.

De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, “a estabilização da inadimplência das empresas já era algo esperado com a diminuição das taxas básicas de juros do país. Isso impacta diretamente a saúde financeira das empresas, já que as despesas financeiras diminuem, aliviando o fluxo de caixa e permitindo que as companhias substituam dívidas antigas e caras por contas novas com custos menores”.

As empresas do setor de serviços lideraram o ranking das inadimplentes em abril, representando 55,4%, seguidas pelo segmento do comércio (36,0%), indústria (7,5%), primário (0,8%) e outros (0,4%). Já em relação ao setor das dívidas, a maior parte delas ficou na categoria outros (28,7%), que considera contas com indústrias, terceiro setor e primário. O menos impactado pela inadimplência em abril foi securitizadoras (0,9%).

Na visão por regiões, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul foram os estados que mais registraram contas em atraso em abril. Já Roraima, Acre, Amapá, Tocantins e Sergipe possuíam menos negócios no vermelho no mês.

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Do total de 6,7 milhões de empresas inadimplentes em abril 6,3 milhões foram Micro e Pequenas Empresas (MPEs), das quais somavam mais de 44,2 milhões de dívidas cujo valor total ultrapassou R$ 118,6 bilhões e indicam a média de sete contas atrasadas por CNPJ no Brasil.

Já o Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou estável pelo segundo mês consecutivo em junho, na marca dos 95,6 pontos. Com isso, a média do segundo trimestre (95,6 pontos) fechou ligeiramente acima dos 94,8 pontos médios do trimestre anterior.

“A confiança empresarial estacionou no segundo trimestre em patamar ligeiramente superior ao do trimestre anterior, numa desaceleração da tendência de recuperação observada no início do ano. O resultado pode ter sido influenciado pelo impacto das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o nível de atividade econômica corrente da região, uma vez que o Índice de Expectativas voltou a subir no mês e a atingir o maior nível desde setembro de 2022. Entre os setores, indústria e construção continuam a apresentar resiliência enquanto os serviços e, principalmente, o comércio vêm registrando perda de fôlego nos últimos meses”, avalia Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas do Ibre.

A estabilidade do ICE em junho foi resultado de comportamentos distintos em seus dois índices-componentes. O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) avançou 0,6 ponto, alcançando 96,0 pontos, impulsionado principalmente pela melhora nas projeções de demanda nos três meses seguintes, com o indicador que mede esta percepção avançando 1,2 ponto, para 95,8 pontos. Já o indicador que afere a percepção da tendência dos negócios para os seis meses seguintes observou uma relativa estabilidade, ao subir 0,1 ponto, para 96,3 pontos.

O Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) recuou 0,7 ponto no mês, a maior queda em pontos desde janeiro, atingindo 95,1 pontos. Os seus componentes, que medem a percepção sobre a demanda corrente e a situação atual dos negócios, apresentaram quedas de 0,7 e 0,6 ponto, para 95,3 e 95,0 pontos, respectivamente.

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