Rio: 23% não têm condições de pagar contas atrasadas

Três em cada 10 brasileiros juntaram dinheiro ao longo de 2023 para aliviar despesas do início de 2024

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Dinheiro (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o Estado do Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar no ranking de pessoas inadimplentes do país. Segundo o levantamento, 23% da população dizem que não conseguem pagar as contas atrasadas. Essa realidade atinge quase 1/4 das famílias fluminenses. Ainda segundo a CNC, existe uma diferença entre endividamento e inadimplência. Para estar endividado, basta ter uma compra parcelada no cartão de crédito, por exemplo. Já a inadimplência é deixar de cumprir algum compromisso, como não conseguir pagar uma conta de água ou de luz. No Rio, quase 23% dos moradores declararam não ter como pagar contas atrasadas, número maior do que no ano passado, quando o estado do Rio aparecia em segundo lugar no ranking de inadimplência.

O especialista em finanças pessoais, Renan Diego, explica o porquê da inadimplência ainda ser tão alta entre os brasileiros, sobretudo, os cariocas.

“Os principais fatores que influenciam a alta inadimplência entre os brasileiros, são economia desafiadora, juros altos, desemprego, redução da renda familiar, compras para terceiros e principalmente falta de educação financeira”.

Para ele, o comportamento do carioca sobre finanças pessoais não ajuda a mudar esse cenário crônico.

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“Com toda certeza o desemprego, a diminuição da renda média familiar e as compras para terceiros influenciam muito na inadimplência dos cariocas, mas a falta de educação financeira é na, minha opinião, a maior influência, pois dificuldades e imprevistos todos nós passamos e vamos continuar passando, o que muda é como passamos por eles e o quanto estamos preparados para isso. Se os cariocas e os brasileiros de forma geral tivessem a cultura de administrar seu dinheiro, criando um planejamento financeiro mensal que desse para pagar suas contas e ainda guardar para possíveis emergências, muita coisa seria evitada em meio a um imprevisto”, conta.

Ainda segundo o especialista, uma alternativa para resolver este problema seria conscientizar a população sobre o valor do dinheiro.

“Uma das maiores dificuldades dos brasileiros é conseguir evitar as compras por impulso, que na maioria das vezes nem eram necessárias. Para evitar as compras por impulso e consequentemente ajudar o brasileiro a não ficar inadimplente, vou te ensinar uma técnica que vai te ajudar a ficar no controle das suas finanças. Toda vez que for comprar por impulso, use a regra das 24 horas, espere 24 horas antes de comprar, pois assim você tira a emoção que é o que faz a gente comprar e entra a razão, provavelmente após as 24 horas você não vai nem lembrar que queria comprar, se realmente for uma compra por impulso, mas se após 24 horas, você ainda quiser comprar, utilize a técnica das três perguntas, onde você vai responder sim ou não, se responder não para qualquer uma você não vai fazer a compra, se responder sim você passa para a próxima e só compre se responder sim para as três perguntas, que nesse caso não será uma compra por impulso. A primeira pergunta que você tem que se fazer é, eu realmente quero isso? A segunda é, eu preciso disso? E a terceira é eu posso comprar isso? Utilizando essa técnica você vai começar a valorizar mais o dinheiro para começar a guardar para uma reserva de emergência que vai ajudar em momentos difíceis”, afirma

Segundo pesquisa realizada com 783 brasileiros de diversas idades e regiões, foi apresentado dados importantes de brasileiros que estão aprendendo a lidar com educação financeira.

Já pesquisa realizada pela fintech Koin mostrou que três em cada 10 brasileiros afirmaram que guardaram dinheiro ao longo de 2023 para aliviar o baque das despesas de 2024 enquanto 17% assumiram que não planejaram. Quando se entende quais são os gastos fixos ao longo do ano, mesmo sendo uma estimativa, consegue-se planejar e buscar a melhor forma de saná-los. Ao criar um plano, o brasileiro pode usar fontes extras como décimo terceiro salário, ou ainda dividir quantias menores ao longo do ano.

O levantamento da Koin trouxe, ainda, quais são as principais formas de pagamento utilizadas pelos consumidores: 45,8% das pessoas pretendem parcelar as contas para reduzir os impactos, outros 39,5% vão pagar à vista. Já 10,8% vão usar reservas como poupança e investimentos para quitar os boletos. A pesquisa também revelou o quanto as pessoas esperam desembolsar no período. Quase a metade (45%) acredita que serão gastos mais de R$ 3 mil. Outros 19,8% devem investir entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Os que vão gastar entre mil e R$ 2 mil são 17,5% e outros 8,8% devem desembolsar entre R$ 501 e mil.

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