Inadimplência por desemprego cai, mas é principal causa de negativação

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Carteira vazia (Foto: Fetracom)
Carteira vazia (Foto: Fetracom)

O número de consumidores que se tornou inadimplente por conta de desemprego diminuiu no segundo semestre de 2021 em relação ao semestre anterior, indica pesquisa da Boa Vista, empresa de inteligência analítica. 27% dos consumidores entrevistados apontaram essa como a principal causa da inadimplência, contra 31% no período anterior. Entretanto, essa segue sendo a causa da inadimplência mais apontado pelos consumidores de todo o Brasil. Em segundo lugar, vem a diminuição da renda, apontada por 21% dos entrevistados, contra 26% no primeiro semestre de 2020.

A Boa Vista também questionou quantas contas o consumidor com restrições possui em atraso. A maioria, 62%, possui três ou mais contas em atraso – mesmo resultado do 1º semestre de 2021 -, e 83% desses consumidores estão há mais de 90 dias inadimplentes. Em relação ao valor das dívidas, 51% desses consumidores relataram à Boa Vista que possuem dívidas a partir dos R$ 3 mil.

Para a maioria dos consumidores inadimplentes (21%), as contas cujo não pagamento resultou em restrição ao CPF foram as chamadas contas diversas, que englobam gastos com educação, saúde, impostos e taxas, lazer e outras despesas, como ilustra o gráfico abaixo. Em segundo lugar, vêm os empréstimos pessoais e os gastos com alimentação, ambos com 17%. As contas atrasadas foram contraídas pelos seguintes meios de pagamento: boletos (28%), cartão de crédito (25%) e carnê de financiamento/crediário (14%).

Ainda segundo o estudo, 25% dos consumidores disseram que pagariam a dívida nos 30 dias seguintes, enquanto a maioria (34%), esperava conseguir pagar em um prazo de 30 a 90 dias. 21% entre 90 e 180 dias e 20% em um período acima de 180 dias. 41% disseram que iriam conseguir pagar o valor total da dívida, enquanto 59% pretendiam fazer uma renegociação do valor atrasado; 33% dos consumidores com restrição procuraram ajuda financeira nos bancos. Já os que buscaram ajuda em financeiras foram 29%, e com parentes e familiares foram 22%, seguidos por 16% dos que buscaram dinheiro para pagar as contas com amigos ou colegas. Em média, no geral, apenas 23% dos consumidores que buscaram apoio conseguiram o fôlego financeiro pretendido.

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A pesquisa ouviu cerca de 1.700 pessoas, em todo o Brasil, responderam à pesquisa Perfil do Consumidor, da Boa Vista, por meio de questionário eletrônico, ao longo do 2º semestre de 2021. Os resultados consideram 2% de margem de erro e 95% de grau de confiança.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 77,5% das famílias brasileiras estão endividadas e a porcentagem de pessoas desempregadas ainda segue em alta, com 12 milhões segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada mês mais pessoas têm recorrido ao segmento de empréstimos, principalmente por motivos de necessidade, vendo nele uma possibilidade para diminuir as dívidas, limpar o nome, retomar o poder de compra ou, até mesmo, tentar aumentar a renda ou garantir um dinheiro extra, investindo em um negócio próprio neste contexto atual.

Como alternativa para sair do vermelho, os pedidos de crédito estão em alta. De acordo com a última edição do Índice FinanZero de Empréstimos (IFE), que analisou 4,87 milhões de consultas no buscador no mês passado, buscas no Google por empréstimo registraram um crescimento de 30% em relação ao mês anterior. Já no comparativo anual, as buscas cresceram 37%, resultando no maior aumento dentro do período de um ano.

Também no último mês de março, as pesquisas no Google mostraram que as buscas por termos relacionados ao mercado de empréstimo estavam voltadas, principalmente, para a linha de crédito oferecida pelo Governo Federal, aos beneficiários do Auxílio Brasil, o que fez com que a procura aumentasse significativamente.

A fintech fez um levantamento no último mês sobre o interesse e as tendências de consumo entre os brasileiros em obter crédito e analisou o volume de pesquisas das expressões com maiores destaques, “como fazer empréstimo Auxílio Brasil”, teve aumento de 50.450%; “empréstimo para negativado liberado na hora” apresentou crescimento de 24.600%; e “empréstimo de R$ 1.000 do governo”, alta de 10.400%.

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