Inadimplência subiu em fevereiro, mas não como antes

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Carteira com cartões de crédito (Foto; Wilson Dias/ABr)
Carteira com cartões de crédito (Foto; Wilson Dias/ABr)

De acordo com os dados publicados hoje pelo Banco Central, a taxa de inadimplência das famílias com recursos livres subiu de 6,10% para 6,11% entre os meses de janeiro e fevereiro de 2023. A variação de 0,2% foi antecipada pelo indicador da Boa Vista de Registros de Inadimplentes, que havia apontado alta de mesma magnitude na comparação mensal dos dados dessazonalizados. A taxa pode estar próxima de um ponto de acomodação, algo que também foi percebido na curva de longo prazo do indicador da Boa Vista, que em 12 meses acumulados viu o crescimento passar de 20,8% para 21,0% neste período.

A taxa de juros média cobrada das famílias nas operações com recursos livres subiu entre janeiro e fevereiro de 56,56% para 58,30%. Nesse período o spread bancário subiu 2,11 pontos percentuais, para 45,62 pontos, enquanto o custo médio de captação recuou 0,37 ponto percentual, para 12,68%. A concessão desses créditos continua desacelerando aos poucos, em fevereiro houve aumento de 16,3% na comparação interanual e o resultado acumulado em 12 meses passou de 20,4% para 20,0%. A tendência é próxima daquela observada na curva de longo prazo do indicador de Demanda por Crédito do Consumidor da Boa Vista referente ao segmento financeiro, que no mesmo período apontou alta um pouco mais forte na comparação com fevereiro do ano passado, de 23,8%, e viu a taxa de crescimento desacelerar de 15,5% para 15,3%.

Já de acordo com a Serasa Experian, a quantidade de inadimplentes atingiu o recorde de 70,9 milhões no mês de janeiro deste ano. Pesquisa da SoluCX apontou que 60% dos consumidores já estiveram com o nome sujo pelo menos uma vez ao longo de suas vidas, e as dívidas com cartões de crédito representam o principal motivo de endividamento com 62% das respostas. Já quando perguntados sobre o que os impede de pagar sua dívida, o maior motivo apontado pelos consumidores é a falta de renda (58,9%), seguido de achar que os juros das dívidas são abusivos (23,3%).

Ainda segundo o levantamento, a maior parte dos consumidores negativados (70,1%), possuem dívidas de até R$ 5 mil.

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A pesquisa também revelou os impactos causados pela negativação dos clientes. 69% dos negativados afirmam ter algum tipo de dificuldade para realizar compras ou utilizar serviços. 65% vão além, e afirmam que reduziram a frequência e/ou o valor de suas compras, e 72,1% já deixaram de realizar uma compra ou utilizar um serviço por estar com o nome sujo. Além disso, a grande maioria dos consumidores negativados (83,8%) afirma que voltaria a comprar produtos ou utilizar serviços da empresa que os negativou

Outro ponto revelado na pesquisa são os hábitos de consumo dos negativados: compras à vista, utilizando débito, Pix ou boleto, são a principal forma de pagamento dos negativados (56,4%). Apenas 3,8% utiliza os crediários de lojas físicas como forma de pagamento. Além disso, a maior parte dos consumidores negativados (48,5%) realizam suas compras online utilizando métodos de pagamento à vista. Somente 7,4% utilizam crediário de lojas físicas. Não possuir acesso a cartões de crédito (42,7%) é o principal impacto no uso de serviços bancários para consumidores negativados.

A opção de crediário, porém, parece ser importante para esse grupo, uma vez que 61,1% dos consumidores com “nome sujo”, consideram a possibilidade de abrir crediários em lojas um fator decisivo na hora de comprar algum produto.

Quando questionados sobre com quais empresas os consumidores tiveram a dívida que resultou na negativação, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil são as instituições mais citadas, com 10%, 8,6% e 5,6%, respectivamente.

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