Indústria perde fôlego e fica no nível de uma década atrás

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A produção industrial brasileira fechou 2018 com uma alta de 1,1% frente ao ano anterior, ficando no mesmo nível de março de 2009 e 16,3% abaixo de maio de 2011, maior patamar alcançado pelo setor. Em 2017, a alta ficou em 2,5%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Brasil) do IBGE.

Ao recuar 1,1% no quarto trimestre de 2018, a indústria interrompeu o comportamento positivo que vinha desde o primeiro trimestre de 2017 e permaneceu com a clara perda de ritmo frente aos resultados do primeiro (2,8%), segundo (1,8%) e terceiro trimestres de 2018 (1,2%).

Em dezembro de 2018, a produção subiu 0,2% frente ao mês anterior (série com ajuste sazonal, ou seja, levando em conta fatores próprios de cada mês). Em relação a dezembro de 2017, a indústria caiu 3,6%.

A redução na intensidade da produção industrial foi observada nas quatro grandes categorias econômicas, com destaque para bens de consumo duráveis, que passou de alta de 7,1% no terceiro trimestre de 2018 para queda de 3,1% nos últimos três meses do ano, pressionada, em grande parte, pela menor fabricação de automóveis (de 14,7% para -1,2%). Bens de capital (de 7,3% para 3,4%), bens intermediários (de 0,7% para -1,4%) e bens de consumo semi e não-duráveis (de -0,4% para -1,0%) também contribuíram para esse movimento.

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São Paulo na mesma batida

Assim como ocorreu com a produção industrial nacional, a recuperação da indústria paulista perdeu fôlego em 2018. O Indicador de Nível de Atividade (INA), calculado pela Fiesp, fechou o ano com alta de 1,2%. Em 2017, houve aumento de 3,6%.

O segundo vice-presidente da Federação das Indústrias, José Ricardo Roriz Coelho, observa que a utilização da capacidade instalada no estado ainda está abaixo da média histórica, que é de 80%. Em dezembro, ficou em 74,7%.

Em um período de crescimento econômico, a capacidade instalada gira em torno de 80%, segundo a média histórica. Estamos trabalhando abaixo dessa linha e, para que sejam feitos novos investimentos, o ideal para a capacidade instalada é estar entre 80% e 82%”, observa Roriz.

A variação do INA ficou positiva em 11 dos 20 setores acompanhados em 2018. Entre os setores de destaque está o de veículos automotores, com crescimento de 15,3%, metalurgia (10,7%) e farmacêutico (10,2%).

A pesquisa Sensor – que mede a expectativa dos industriais – fechou janeiro em 50,5 pontos, na série com ajuste sazonal, resultado superior ao de dezembro, quando marcou 47,9 pontos. Leituras acima de 50 pontos sinalizam expectativa de aumento da atividade industrial para o mês. Contudo, Roriz Coelho, observa que “os dados mostram um otimismo moderado entre os industriais em janeiro, já que eles vêm de um período de férias”.

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