Índice de poder de compra de fertilizantes registra melhora

Aumento foi liderado pela cana-de-açúcar (3%), seguido pela soja com valorização média de 2%; maiores quedas foram para algodão (-6%) e milho (-4%)

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Agrotóxicos (Foto: Max Pixel/Licença CC/ Domínio Público)
Agrotóxico (foto de Max Pixel/Licença CC/ Domínio Público)

O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de abril, divulgado mensalmente pela Mosaic Fertilizantes, alcançou o valor de 0,99. Esse resultado representa uma queda de 3% em comparação com o mês passado, quando o índice chegou a 1,02. O momento é favorável para compra do insumo, já que quanto mais baixo o indicador, melhor a relação de troca para o produtor rural. Na comparação com abril de 2023, houve um aumento de 1%, ainda sinalizando uma tendência positiva e reforçando o potencial de crescimento contínuo no setor agrícola.

O preço médio dos fertilizantes caiu, portanto, cerca de 2%. A queda foi liderada pela ureia (-14%). Houve aumento no MAP (1%) e no MOP (1%), enquanto o SSP ficou estável em relação ao mês anterior. Por outro lado, o preço das commodities subiu cerca de 2% na média, em relação a março. O aumento foi liderado pela cana-de-açúcar em aproximadamente 3%, seguido pela soja com uma valorização média de 2%. No caso da oleaginosa, os preços flutuaram bastante durante o mês, mas terminaram com valores mais altos, devido às chuvas no Rio Grande do Sul, que põem em risco parte da safra 23/24, ainda em fase de colheita no estado.

Já as maiores quedas foram para o algodão (-6%) e para o milho (-4%). Durante o mês, houve até uma recuperação nos preços do grão, à medida que o milho tem sofrido com algumas doenças na Argentina, como a cigarrinha, que pode comprometer a produtividade, e as notícias não tão favoráveis do clima no meio oeste americano. Porém, esses dois cenários ainda não se concretizaram e o mercado se autorregulou com notícias positivas da safrinha brasileira.

Variações cambiais também são consideradas no cálculo do índice, então é importante ressaltar que, no período observado, o dólar subiu quase 3% em um momento de maior aversão ao risco, atingindo patamares acima dos R$ 5,10, que não eram vistos há alguns meses.

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O atraso nas compras de fertilizantes representa um ponto de atenção para o período de alta sazonalidade de entregas, principalmente o terceiro trimestre. Essa preocupação se dá em função do potencial aumento logístico nos portos, com o aumento nas filas de espera dos navios, e também pelo acúmulo do frete rodoviário para internação e entrega dos fertilizantes. Reforça-se, ainda, as preocupações com as movimentações logísticas, principalmente devido às incertezas atreladas ao Porto de Rio Grande (RS) no fluxo de recebimentos, o que pode vir a gerar impacto em outros portos.

O mercado segue atento, agora, ao plantio nos EUA, que ocorre em ritmo acelerado e tem boas perspectivas até o momento, e à situação do Rio Grande do Sul. O estado ainda não finalizou a colheita da safra de soja e pode ter quebra com as chuvas incessantes. Além disso, o setor segue de olho na safrinha brasileira, que pode sofrer com a falta de chuva no centro oeste e ser prejudicada no fim do ciclo.

No Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou em reunião realização de audiência pública para debater projeto que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos nas áreas de seca. O requerimento (REQ) 62/2024 foi proposto pelo senador Alan Rick (União-AC) e subscrito pelos senadores Rogerio Marinho (PL-RN) e Tereza Cristina (PP-MS). O Projeto de Lei 1.859/2022 estava previsto para ser discutido e votado na reunião da CAE, mas foi adiado após a aprovação do requerimento.

Segundo Rick, a vedação proposta pode comprometer a eficiência e a produtividade do setor agropecuário. Na avaliação do senador, o plantio sem agrotóxicos pode levar à perda de safras e, em consequência, ao encarecimento dos alimentos.

“Esse aumento de custo, por sua vez, poderia ser repassado aos consumidores finais, impactando diretamente o poder de compra das famílias e potencialmente gerando pressões inflacionárias em setores relacionados à alimentação e à agricultura. É necessário que o tema seja amplamente debatido”, diz o senador no documento.

Apresentado pela Comissão de Meio Ambiente (CMA), o projeto altera a Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (Lei 13.153, de 2015) e terá sua tramitação iniciada na CAE. A justificação do projeto informa que os defensivos agrícolas pulverizados matam organismos (como abelhas) que agem na polinização de novas plantas, o que compromete a sustentabilidade do ecossistema.


Com informações da Agência Senado

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