O Índice de Atividade Econômica IBC-Br, apurado pelo Banco Central, caiu 0,1% em junho e decepcionou pelo segundo mês consecutivo, reafirmando as expectativas de desaceleração na economia brasileira durante o segundo semestre do ano.
Apesar da leve retração, o IBC-Br fechou o segundo trimestre com crescimento de 0,3%, segundo dados dessazonalizados (que levam em consideração a diferença entre meses, como dias úteis, por exemplo).
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 1,4%, enquanto no acumulado em 12 meses teve elevação de 3,9%, de acordo com números não dessazonalizados.

Sara Paixão, analista de Macroeconomia da InvestSmart XP, afirmou que “a junção dos indicadores de atividade econômica que apontam para uma desaceleração, a melhora nas expectativas de inflação e a possibilidade da retomada no corte de juros nos Estados Unidos corroboram para expectativa de que o Copom [do BC] pode ter espaço para cortar a taxa de juros antecipadamente”. O mercado financeiro espera o início do ciclo de corte para segunda reunião de 2026.
Paixão destaca a queda de 2,3% na agricultura, “o que está de acordo com a expectativa de desaceleração em relação ao primeiro semestre, onde houve um crescimento expressivo da agricultura, por conta da Super Safra”.
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A indústria permaneceu estável durante junho, e o setor de serviços apresentou um crescimento de 0,1%. “Os dois setores são mais sensíveis ao ciclo de aperto monetário, e essa desaceleração é esperada, em linha com a moderação nos dados de crédito. Apesar da desaceleração, o setor de serviços ainda tem influência positiva do mercado de trabalho, que apesar de alguns dados apontarem para desaceleração, permanece pressionado, proporcionando um grande avanço na renda real da população”, analisa Sara Paixão.
O Índice de Atividade Econômica IBC-Br é considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB, que representa a economia de um país). Em maio, o indicador do BC recuou 0,7%. O resultado oficial do PIB será divulgado pelo IBGE em 2 de setembro. Segundo os dados do instituto, no primeiro trimestre o PIB cresceu 1,4%.
















