Indonésia, Malásia e Tailândia reforçam Brics no caminho da desdolarização

Rússia confirma entrada dos 3 países parceiros em movimento que aumenta força do bloco rumo a desdolarização

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Prabowo Subianto
Prabowo Subianto, presidente da Indonésia (foto de Agung Kuncahya B, Xinhua)

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia confirmou a entrada de Indonésia, Malásia e Tailândia no Brics, consolidando a presença do Sudeste Asiático no bloco. A Rússia exerce a presidência do bloco este ano. Em 2025, será a vez do Brasil. A entrada dessas economias fortes, com experiência em desdolarização, aumenta a capacidade do Brics de superar a hegemonia do dólar, acreditam especialistas ouvidos pela agência de notícias Sputnik Brasil.

Na segunda-feira (18), no Rio de Janeiro, o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, disse que o país do Sudeste Asiático está comprometido em se tornar um membro do Brics, citando sua importância para a economia mundial. A Indonésia solicitou formalmente a adesão ao Brics em outubro, durante a 16ª Cúpula do Brics, realizada em Kazan, Rússia.

Prabowo disse que essa aspiração faz parte de sua visão desde 2014, quando concorreu pela primeira vez à presidência. Ele fez os comentários no Fórum Empresarial Indonésia-Brasil realizado no Rio de Janeiro.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Pankin, afirmou que “a cúpula do Brics em Kazan demonstrou a aspiração da maioria global de estabelecer uma ordem mundial justa, de reformar as instituições globais e construir laços econômicos equitativos. Um sólido pacote de acordos foi concluído nas áreas de comércio, investimento, inteligência artificial, energia e clima, e logística”, segundo a Sputnik.

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Na Cúpula de Kazan, países como Argélia, Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Nigéria, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã também foram convidados para integrar o Brics como países parceiros, uma nova categoria criada pelo bloco.

Os cinco países fundadores são Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, cujas iniciais formam o acrônimo Brics (o S vem do nome do país africano em inglês). Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã foram admitidos na Cúpula de 2023, junto com a Arábia Saudita, que ainda não se integrou totalmente ao grupo.

Para o analista de geopolítica e colunista do jornal Brasil de Fato Marco Fernandes, a criação da categoria de países parceiros do Brics foi uma solução bem-sucedida para acomodar os diversos pedidos de adesão ao bloco.

“Com a categoria de países parceiros, o Brics aproveita essa onda favorável de países desejosos de aderir ao grupo, ao mesmo tempo que garante maior estabilidade para os trabalhos à associação”, disse Fernandes à Sputnik. “E quanto mais países fizerem parte do Brics, maior o poder de fogo do grupo para acelerar agendas como a reforma da governança global. Precisamos de países dispostos a implementar projetos ambiciosos.”

O analista nota que, caso todos os países convidados se tornem países parceiros do grupo, o Brics representará mais de 40% do PIB mundial em paridade de poder de compra, comparado à participação de somente 29% dos países do G7 – grupo que reúne as principais economias ligadas aos Estados Unidos.

“Dessa forma, o Brics terá uma rede de países com economias sólidas, com capacidade para fazer com que projetos como a desdolarização decolem”, acredita Fernandes. “Poderemos implementar iniciativas como a bolsa de grãos do Brics, substituindo a Bolsa de Chicago, realizar trocas em moedas locais e consolidar um golpe na hegemonia do dólar.”

Os países parceiros aspiram a um possível convite, no futuro, para se tornarem mebros plenos, como aconteceu na Organização para a Cooperação de Xangai.

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