A produção da indústria brasileira cresceu 0,3% na passagem de abril para maio deste ano. É a quarta alta consecutiva. Apesar dos quatro meses de crescimento, a indústria ainda não conseguiu repor a perda de 1,9% de janeiro.
O setor também ainda está 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com maio de 2021, a indústria cresceu 0,5%. Já na média móvel trimestral, a alta é de 0,4%.
Nos acumulados do ano e de 12 meses, no entanto, houve quedas de 2,6% e de 1,9%, respectivamente.
De abril para maio, 19 das 26 atividades industriais pesquisadas tiveram alta na produção, com destaque para máquinas e equipamentos (7,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,7%), produtos alimentícios (1,3%), couro, artigos para viagem e calçados (9,4%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,5%).
Sete atividades tiveram queda no período, entre elas indústrias extrativas (-5,6%) e outros produtos químicos (-8,0%).
Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, apenas os bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo, tiveram queda de abril para maio (-1,3%).
Bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo, anotaram alta de 7,4%. Também tiveram crescimento os bens de consumo duráveis (3%) e os bens de consumo semi e não duráveis (0,8%).
No Rio, estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) apontou que o Produto Interno Bruto da indústria fluminense registrou crescimento de 5,6% no primeiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período de 2021. Com isso, o nível da produção industrial do estado atingiu patamar elevado e teve seu melhor primeiro trimestre desde 2003, quando foi iniciada série histórica divulgada pelo IBGE.
O PIB do estado, incluindo todos os setores econômicos, avançou 2,9%, principalmente por conta do desempenho da indústria.
A indústria extrativa do estado teve alta de 6,6% devido ao aumento da produção e da exportação de óleo e gás. O segmento, que tem o maior peso na indústria fluminense, atingiu seu maior nível desde 2003 e foi a principal influência para que o setor alcançasse patamar histórico de produção no primeiro trimestre. A indústria da construção civil, que registrou avanço de 9,9%, também tem posição de destaque no resultado geral do estado.
No entanto, a indústria de transformação desacelerou e teve crescimento de 0,4%. De acordo com a Firjan, o desempenho mais fraco se deve principalmente à desorganização das cadeias globais de produção – causada pela pandemia e pela guerra no Leste Europeu – resultando em falta ou alto custo da matéria-prima. O setor de serviços registrou crescimento de 0,9%, mas, apesar do avanço, o estudo considera que o estado está longe de atingir seu potencial de consumo. Na agropecuária, a alta foi de 0,5%.
Considerando o desempenho dos setores e os fatores adversos nos cenários nacional e internacional, a Firjan projeta crescimento de 2% do PIB fluminense neste ano.
Com informações da Agência Brasil
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