Indústria de seguros pode movimentar US$ 10 trilhões até 2030

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Zona Oeste inundada (foto de Vladimir Platonow, ABr)
Zona Oeste inundada (foto de Vladimir Platonow, ABr)

Um estudo feito pela Bain & Company estima que a indústria global de seguros pode movimentar US$ 10 trilhões até 2030 ao passo que o setor se modifica reequilibrando questões de enfrentamento às mudanças climáticas, ao cibercrime e às tensões geopolíticas.

O estudo aponta que a evolução do cenário de risco para as seguradoras, expandindo sua atuação para novos segmentos, será motor de expansão para o setor, que deve assumir um novo papel, saindo de uma posição de busca por reembolsos por danos para uma atuação com foco em incentivo a comportamentos que reduzam de maneira geral os riscos.

A análise da Bain & Company aponta que as mudanças climáticas resultarão em um aumento de aproximadamente dez vezes as perdas econômicas nas próximas três décadas. O estudo traz como exemplo o que vem acontecendo nos Estados Unidos, que somente em 2020, registrou um número recorde de incêndios florestais e de tempestades durante a temporada de furacões. O relatório destaca que o setor de seguros ainda não cobre a maioria das perdas dessas catástrofes naturais.

Além disso, o risco e a proteção também estão mudando geograficamente para países com crescimento econômico mais rápido. A pesquisa da Bain mostra que a China será responsável por mais de um quarto do crescimento dos prêmios globais até 2030. No entanto, poucas seguradoras multinacionais podem participar dos mercados de seguros da China, devido à intensa concorrência e regulamentações que favorecem as empresas nacionais.

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Somado a isso, a tecnologia também terá um papel essencial para alavancar o setor nos próximos anos. As seguradoras hoje podem usar ferramentas como automação ou de Internet das Coisas (IoT) para fazer parceria direta com os clientes na identificação, prevenção e mitigação de cada evento de risco. A pesquisa da Bain apontou que essas tecnologias também podem reduzir os custos operacionais em até 50% por meio do aumento da eficiência e reduzir os pagamentos de sinistros em até 20%, atenuando os riscos.

Entretanto, uma vez que a tecnologia e a análise de dados permitirão que as seguradoras obtenham ganhos sem precedentes na compreensão, prevenção e mitigação de riscos, elas também podem aumentar a pressão sobre os riscos ruins, resultando em preços muito mais altos, indisponibilidade total de cobertura ou aumento da regulamentação, avalia o estudo.

O relatório da Bain também destaca que as cadeias tradicionais de valor de seguros serão remodeladas, exigindo das empresas que atuam no setor novas capacidades. Isso porque novos players, como as insurtechs, além de grandes plataformas de tecnologia e líderes em outros setores, como fabricantes de automóveis, começaram a visar as partes mais lucrativas da cadeia de valor com novos modelos de negócios.

A mudança para uma abordagem mais integrada das capacidades como serviço irá remodelar a indústria, com estimativas de prêmios emitidos brutos atingindo US$ 700 bilhões em 2030. Esse impacto, aponta a Bain, irá variar de acordo com a indústria, com a maior penetração provavelmente começando em três segmentos principais: automóveis, viagens e propriedades — cujo seguro pode ser facilmente incorporado aos processos de vendas ou reservas de aquisição.

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