Indústria do Brasil na média das baixas: figura em 26º entre 43 países

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A produção industrial mundial desabou no segundo trimestre de 2020, na esteira das medidas para conter a pandemia, aprofundando muito a trajetória declinante do setor iniciada ainda em 2018. O recuo chegou a 5,6% ante o primeiro trimestre de 2020 e a 11,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números são da United Nations Industrial Development Organization (Unido).

Além dos efeitos diretos da pandemia, o aumento da incerteza, ao prejudicar as decisões de investimento e de consumo de bens duráveis, deprimiu a demanda por bens de maior intensidade tecnológica, os que mais sofreram o impacto.

Segundo a Unido, nas nações industrializadas a queda da indústria de transformação como um todo foi de 16,4% em abril-junho/20, sucedendo um recuo 2,4% no trimestre anterior, quando comparados aos mesmos períodos de 2019.

Tal desempenho envolveu todos os países do grupo: na América do Norte, houve queda de 16,5%, nos países da Europa as perdas foram de 19,3%, e os países desenvolvidos da Ásia assinalaram retração de 12,9% na comparação interanual.

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Nas economias emergentes e em desenvolvimento, dado seu nível de informalidade e menores condições de adotaram planos emergenciais vultosos e eficazes, como destaca o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a queda industrial foi ainda mais acentuada. A manufatura desses países decresceu 22% ante o 1º trim/20 e 20,3% em relação ao 2º trim/19.

Dentre os emergentes, a América Latina continuou sendo o destaque negativo: perda de 24,2% em abr-jun/20 frente ao mesmo trimestre do ano anterior e de 21,4% frente ao 1º trim/20. Esse resultado deveu-se, principalmente, aos resultados negativos das indústrias do Brasil (-22,1%), da Argentina (-22,6%) e do México (-29,8%).

A partir de dados dos próprios países, da OCDE e da Eurostat, o Iedi atualizou um ranking internacional de crescimento da produção indústria em 43 países, com dados do desempenho acumulado em 2020, até a entrada do segundo semestre.

O Brasil ocupou a 26ª colocação, ao apresentar declínio de 9,7% no acumulado do ano até julho. Ficou à frente de países como Reino Unido (-11,4%), Alemanha (-14,5%), Espanha (-15,2%), França (-15,4%) e Itália (-18,3%).

A China, que foi o primeiro país atingido pela Covid-19, teve perdas mais concentradas em jan-mar/20, chegando a retração de 13,9% frente ao mesmo período do ano anterior. No 2º trim/20, porém, já mostrou recuperação, registrando aumento na produção industrial de +2,8%.

Para 2020 como um todo, as projeções da Unido para a indústria de transformação chinesa continuam apontando para um crescimento de 5,5%, em magnitude inferior ao de anos anteriores.

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