Indústria e varejo criticam imposto de importação em 0%

420
Contêineres (foto: Markus Distelrath, Pixabay)
Contêineres (foto: Markus Distelrath, Pixabay)

“A situação criada pelo Governo Federal com a publicação da Portaria MF nº 612/2023 é extremamente grave, uma vez que reduz a alíquota do Imposto de Importação para 0% a partir de 1º de agosto. Essa medida está causando preocupação no setor, que se prepara para uma onda de demissões e fechamentos de lojas, castigando as empresas nacionais, de todos os portes, que geram empregos formais e pagam seus impostos”. A opinião é do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).

Segundo a entidade, enquanto uma compra feita por meio de plataforma digital de venda cross-border será tributada em 17%, a indústria e o comércio brasileiros continuarão sujeitos a uma carga fiscal que varia de 80% a 130% em toda a sua cadeia produtiva e de distribuição.

“É inaceitável que o governo incentive a não conformidade do pagamento de impostos e puna as empresas que cumprem suas obrigações fiscais. Isso acaba incentivando o fechamento de empresas e a criação de empregos em outros países. É essencial que a indústria e o comércio brasileiros sejam tratados com igualdade, de forma que as facilidades e benefícios fiscais concedidos às plataformas digitais de vendas internacionais sejam aplicados também internamente. Portanto, se mantida a tributação federal zerada sobre as importações realizadas por meio de encomendas internacionais, é preciso, ao mesmo tempo, aplicar a redução da incidência tributária no comércio nacional para o mesmo patamar (ou seja, zero).”

Ainda em nota, o IDV diz que não medirá “esforços na defesa da igualdade concorrencial, do emprego e do recolhimento de impostos, o que, estranhamente, o governo deveria estar fazendo, e não abrindo mão de receita. Estima-se que o que deixou de ser recolhido aos cofres brasileiros nos últimos cinco anos gire em torno de R$ 137,7 bilhões. Também estamos acionando a Senacon e os Correios e, se necessário, acionaremos outras entidades para exigir que todas as obrigações de um processo de importação sejam cumpridas. Somente assim poderemos evitar a destruição de milhares de empresas e empregos no Brasil, promovendo a isonomia necessária nesse contexto.”

Espaço Publicitáriocnseg

Já a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) lembra que a isenção fiscal do comércio eletrônico internacional prejudica empresas nacionais.

Na última sexta-feira, o presidente da entidade, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, entregou pessoalmente a Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços carta onde solicita da revogação da Portaria MF nº 612/2023, que concede isenção fiscal ao comércio eletrônico internacional.

O documento é uma reprodução da carta enviada pela Firjan e outras entidades ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, onde solicita a revisão de recentes legislações relativas ao comércio eletrônico internacional, com maior destaque para a recente portaria do Ministério, que isenta principalmente plataformas estrangeiras do pagamento do imposto de importação para remessas enviadas a pessoas físicas de valor até US$ 50, desde que aderidas ao programa Remessa Conforme.

Leia também:

Produtos de limpeza, higiene e mercearia lideram varejo eletrônico

Siga o canal \"Monitor Mercantil\" no WhatsApp:cnseg

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui