Indústria segue seu calvário

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O ano passado não deixou boas lembranças na economia (nem no futebol com o Brasil eliminado nas quartas de final da Copa do Mundo). Mas, para a indústria, o gosto foi mais amargo. Excluídas as gigantes Petrobras e a Vale, a margem líquida de lucro até subiu, de 3,7% em 2017 para 4,6% em 2018, mas ainda abaixo dos 5,7% de 2014, antes da introdução do remédio da austeridade, que está matando o doente.

O levantamento, feito pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), mostra que a dívida segue aumentando: 11% em relação a 2017, chegando a R$ 414,6 bilhões. Em 2014, o endividamento equivalia a 69,4% do capital próprio; em 2018, passou para 96,1%, ou seja, quase R$ 1 de dívida para R$ 1 de capital. Em 2017, era de 87,1%.

A recuperação econômica não tem possibilitado a desalavancagem das corporações, as despesas financeiras cresceram de forma significativa, embora os níveis de juros do país tenham caído. Em certa medida, isso se dá porque a redução da taxa básica de juros, a Selic, foi repassada muito timidamente pelos credores às taxas de empréstimo dos tomadores finais”, sublinha o Iedi.

O pequeno aumento da lucratividade teve pouco efeito sobre a dívida das indústrias. A redução é considerada condição necessária para que seja deslanchada uma nova fase de expansão dos investimentos. Menos mal que tem havido movimento em direção da troca de dívidas de curto prazo por dívidas de prazo mais longo.

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A relação entre o lucro antes de juros e impostos (Ebit) em 2018 foi de 1,2%. Não só ficou abaixo do registrado antes da crise (em 2014 era 1,6%), como teve leve piora em relação a 2017 (1,3%).

Mesmo as empresas e setores que apresentaram resultados mais positivos, diante das incertezas políticas de 2018 em função das eleições, não deram sinais de retomar projetos de investimento. Ao contrário, aproveitaram para reduzir o grau de endividamento ou deram preferência para manter maior volume de ativos líquidos. Sem reação dos investimentos em capital fixo (…) o que o país está colocando em risco é sua produtividade e competitividade futuras, notadamente na indústria, onde melhora recente foi pouca”, analisa o Iedi.

Em poucas palavras: continua a marcha batida rumo ao início do século XX.

 

Rio a pé

A cidade do Rio de Janeiro ganha, a partir de 31 de maio, um programa de caminhadas gratuitas por locais de interesse turístico. Serão sete roteiros guiados, para brasileiros e estrangeiros, ao longo do ano. Criado nos anos 90 pelo atual vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ, Bayard Boiteux, quando era diretor da Riotur, o “Conheça o Rio a Pé” é gratuito.

O projeto reúne em parceria a Associação e a Fundação Cesgranrio, com apoio do Portal Consultoria em Turismo, Shopping Ouvidor e Sérgio Castro Imóveis. A primeira caminhada será pela Cinelândia e arredores, com ponto de encontro às 14h nas escadas do Teatro Municipal. Para participar é obrigatória a inscrição prévia em cieth.com.br

 

Não dá para ser ‘condescente’

Renan Santos, fundador da startup de protestos paulistana MBL, além de trabalhar não se sabe com quê, também ataca de youtuber. Num vídeo, apresenta “troféis” do MBL. Noutro, diz ser “condescente” com FHC. Joga no time dos “conjes” de Moro, os detratores da língua portuguesa.

 

Rápidas

A Associação Brasileira de Consultores (ABCO), presidida por Luiz Affonso Romano e dirigida em São Paulo por Thiago Loner, convida para o Café Consultores, nesta segunda-feira, às 19h, no Coworking São Paulo. Trata-se de um evento mensal com duração de duas horas dividido em quatro partes: atualização, desenvolvimento, perguntas e respostas, networking. Contato: [email protected] *** O seminário sobre “Gênero: feminismo Grupo LGBTI+, o Direito e os direitos”, será realizado pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) em 4 de junho, no Centro do Rio, das 17h às 20h. A Defensoria Pública do Rio apoia o evento. Inscrições em iabnacional.org.br/eventos *** A cidade de São Paulo receberá, em 30 e 31 de maio, o congresso “Avanços e desafios na recuperação dos créditos da Dívida Ativa da União – diálogos interinstitucionais”, no auditório da Fiesp. Estarão presentes o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, o procurador-geral da Fazenda, José Levi Mello do Amaral Júnior, e o advogado-geral da União, ministro André Luiz de Almeida Mendonça.

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