Ineep e FUP repercutem balanço da Petrobras no 2T24

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Fachada do prédio sede da Petrobras
Petrobras

O resultado financeiro negativo em US$ 6,9 bilhões da Petrobras no segundo trimestre de 2024, divulgado nesta quinta-feira (8) à noite, após o fechamento do mercado, provocou reações nesta sexta-feira do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A redução dos investimentos em exploração e produção e o patamar atual dos dividendos foram destaque desse debate.

A Petrobras justifica o resultado financeiro ao impacto causado pela perda com variação cambial do real frente ao dólar. “O real se desvalorizou 11,2% no 2T24, em comparação à desvalorização de 3,2% no 1T24 (o câmbio final foi de R$ 5,00/US$ em 31/03/24 para R$ 5,56/US$ em 30/06/24)”, destacou o balanço.

O resultado negativo é explicado por impacto financeiro de itens não recorrentes e adesão ao acordo tributário com União e variações cambiais, comentou o diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos dos Santos, ao analisar os resultados do balanço operacional e financeiro da Petrobras. “A geração de caixa segue resiliente, mesmo com queda no volume de receitas e vendas no mercado interno, a qual foi compensada pelo aumento nas exportações, em especial, de petróleo nesse trimestre.”, acrescentou.

Segundo Santos, mesmo com resultado negativo, mais uma vez, a companhia garantiu robusta remuneração aos seus acionistas, um total de R$ 13,6 bilhões no 2T24. No primeiro semestre do ano, recorrendo, pela segunda vez, às suas reservas estatutárias de remuneração de capital, a Petrobras já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos aos seus acionistas, valor 31,0% superior ao lucro líquido registrado no período (R$ 20,6 bilhões).

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Para Santos, a redução entre 21,6% e 27,0% do volume de investimentos para o ano de 2024 reflete, sobretudo, no patamar de investimentos no segmento de exploração e produção, associado às incertezas quanto ao avanço ou não sobre novas fronteiras exploratórias ainda em 2024.”

Dividendos

“É preciso definir claramente o destino da renda petroleira. Se ela vai para investimentos ou para pagar dividendos robustos”, indaga o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar.

“A FUP está atenta aos caminhos que serão seguidos pela gestão da presidente Magda Chambriard. Foram os primeiros resultados anunciados pela administração Chambriard, há menos de dois meses no cargo”, disse o coordenador.

A preocupação da FUP é quanto à redução entre 21,6% e 27,0% do volume de investimentos para o ano de 2024, sobretudo em exploração e produção (E&P), e a manutenção de pagamento exagerado de dividendos, em mesmos patamares observados desde o segundo semestre de 2023, com Jean Paul Prates na presidência da companhia.

“Chama a atenção que, mesmo diante do prejuízo no segundo trimestre do ano, mantiveram os dividendos elevados e, para garantir o pagamento, lançaram mão de reservas estatutárias de remuneração de capital. Mais uma vez, a companhia garantiu robusta remuneração aos seus acionistas, um total de R$ 13,6 bilhões no segundo trimestre de 2024”, ressalta Bacelar.

Ele pondera, contudo, que, como Chambriard tem pouco tempo à frente da presidência da empresa, a expectativa é que haja mudança em relação à política de dividendos.

No primeiro semestre do ano, a Petrobras já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos, valor 31% superior ao lucro líquido registrado no período (R$ 20,6 bilhões).

Para Bacelar, os acordos tributários, que tiveram impactos sobre os resultados da companhia, foram importantes, pois, além de limparem pendências com a União, podem ajudar na corrida do governo federal em reduzir o déficit fiscal.

Ele destaca a “necessidade de investimentos em E&P para a exploração da Margem Equatorial, Bacia Leste, Bacia de Pelotas, entre outros. Precisamos de reposição de reservas, até porque a produção do pré-sal começa a cair a partir de 2030, segundo os especialistas”, diz ele.

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