Inflação anualizada já está em 6,10%

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de março foi de 0,93%, 0,07 ponto percentual acima da taxa de fevereiro (0,86%). Esse é o maior resultado para um mês de março desde 2015, quando foi registrada inflação de 1,32%. Os números foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O IPCA acumula variação de 2,05% no ano e de 6,10% nos últimos 12 meses

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 2 a 29 de março de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 29 janeiro a 1° de março de 2021 (base). De acordo com o levantamento, quem mais puxou a alta em março foi o grupo transportes devido ao aumento dos combustíveis. No ano, o IPCA acumula alta de 2,05% e, nos últimos 12 meses, de 6,10%, acima dos 5,20% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2020, a variação havia sido de 0,07%.

Combustíveis

Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas. A gasolina nos postos teve alta de 11,26%, o etanol, de 12,59% e o óleo diesel, de 9,05%. O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, acumulando alta de 10,46%, e agora o consumidor percebe esse aumento”, disse, em nota, o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

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Até quando os trabalhadores brasileiros serão penalizados pela inviabilidade da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) usada pela atual gestão da Petrobras para reajustar os Combustíveis?”. A indagação é do coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, ao comentar a taxa de inflação de 0,93% em março.

Mais uma vez, os principais impactos vieram dos aumentos nos preços de combustíveis e do gás de botijão, pressionando fortemente o custo de vida da população”, comenta Bacelar. Segundo ele, esses aumentos têm efeitos em cascata, sobretudo em transportes e alimentação, itens básicos do consumo do trabalhador, que sente a cada dia os efeitos nefastos da política de Preço de Paridade de Importação, balizada pelas cotações do mercado internacional e pela variação cambial, e impondo reajustes sucessivos no mercado interno.

Grupos

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, seis tiveram alta em março. O de Transportes respondeu pela maior variação (3,81%), após já ter registrado alta de 2,28% em fevereiro, e o maior impacto (0,77 p.p.) no índice do mês. Em segundo lugar, ficou Habitação, com alta de 0,81% e impacto de 0,12 p.p.

O grupo Alimentação e bebidas (0,13%), por sua vez, segue desacelerando e contribuiu com 0,03 p.p. no índice de março. No lado das quedas, o destaque foi o Educação, que registrou -0,52% após a alta de 2,48% observada no mês anterior. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,07% em Comunicação e a alta de 0,69% em Artigos de residência.

Petrobras

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira que o preço do diesel nas refinarias da estatal será reduzido em R$ 0,08 a partir deste sábado. Desse modo, o litro do combustível vendido pela empresa às distribuidoras passará a custar R$ 2,66. Já o preço da gasolina não foi alterado e continuará a ser de R$ 2,59 por litro nas refinarias da Petrobras.
A redução do preço do diesel foi a segunda consecutiva, mas o combustível acumula alta em 2021, uma vez que o litro fechou 2020 custando pouco mais de R$ 2. A gasolina também ficou mais cara ao longo deste ano. No final de dezembro de 2020, a gasolina era negociada pela Petrobras a R$ 1,84.

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