Inflação: brasileiros recorrem a stablecoins para compensar o impacto

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Com a inflação se mantendo persistentemente acima de 10% ao longo do ano, cada vez mais os brasileiros recorrem às stablecoins como forma de reduzir o impacto em seus investimentos. A Phemex, plataforma de trading de criptomoedas com sede em Cingapura, registrou um aumento de quatro vezes nos volumes totais de trading no país no último trimestre (2º trimestre de 22) em comparação com o anterior (1º trimestre de 22).

De acordo com André Silvestrini, gerente de desenvolvimento de negócios da Phemex para o Brasil, muito desse aumento se deve ao fato de os brasileiros recorrerem às stablecoins como forma de proteger as economias dos estragos da inflação. “Durante o primeiro trimestre do ano, os mercados latino-americanos (incluindo o real brasileiro) superaram seus parceiros globais. Por exemplo, em termos de taxa de câmbio, o real brasileiro subiu 17,3% em relação ao dólar durante o primeiro trimestre. Esse aumento, talvez, tenha diminuído a percepção da inflação local no Brasil, que se manteve alta ao longo do ano”, diz André.

“Mas, como a moeda ‘virou’ — o real brasileiro caiu 15% em relação ao dólar desde o final de abril — os investidores talvez tenham começado a apreciar o impacto da inflação sustentada. As stablecoins representam uma maneira muito acessível e econômica para as pessoas vincularem suas economias ao dólar e mitigar o impacto não apenas da depreciação da taxa de câmbio, mas das taxas de inflação locais.”

Stablecoins são criptomoedas cujo valor está vinculado ao de outra moeda, commodity ou instrumento financeiro; nesses casos, o dólar americano. Stablecoins podem ser uma fonte de relativa segurança durante períodos de volatilidade do mercado (no caso do real brasileiro: depreciação cambial e inflação) como meio de proteção de valor.

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De acordo com uma pesquisa recente da Mastercard, realizada entre março e abril de 2022, 51% dos latino-americanos realizaram pelo menos uma transação criptográfica nos últimos 12 meses, e mais de um terço usou uma stablecoin para efetuar um pagamento.

De acordo com André, as stablecoins mais populares, até agora, foram USDT e USDC, mas outras vêm ganhando popularidade. “Nossos programas de economia de APY fixo recentemente introduzidos, por exemplo, oferecem um APY estável de 8,8% na stablecoin USD Coin (USDC) e 4,5% no Tether US (USDT), independentemente das condições do mercado. Tais instrumentos estão se mostrando cada vez mais populares no Brasil para mitigar a inflação e a incerteza cambial.”

André descreve o uso crescente de instrumentos criptográficos para mitigar riscos e proteger as economias, confirmando o surgimento de uma “geração cripto” na América Latina; perfeitamente à vontade, não apenas com instrumentos financeiros descentralizados, mas com estilos de vida completamente descentralizados. “Estamos entrando na era da chamada ‘geração cripto’ da América Latina; uma sociedade fluida em termos de estilo de vida, construída através da colaboração da internet e comprometida em compartilhar e comercializar tudo, desde conhecimento até ativos diretos. Nossos últimos volumes de trading refletem essa realidade”, conclui André.

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