A inflação do setor de alimentação fora do lar em setembro ficou em 0,11% segundo o IPCA divulgado ontem, ficando abaixo do índice geral – que registrou alta de 0,48%. Os números, divulgados pelo IBGE, indicam que os empreendedores de bares e restaurantes voltaram a conter repasses dos custos aos consumidores.
Os dados também refletem um movimento de cautela entre os empresários do setor, que buscam equilibrar margens e preservar o consumo em um momento de recuperação gradual da renda das famílias. Dentro do grupo, as refeições tiveram deflação de -0,16%, enquanto os lanches subiram 0,53%.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mais da metade dos empreendedores (56%) reajustaram os preços dos cardápios conforme ou abaixo da inflação nos últimos 12 meses; outros 38% não conseguiram fazer nenhum ajuste.
Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da entidade, o resultado mostra que o setor segue fazendo um esforço para manter os preços atrativos aos clientes.
“Mesmo com o avanço da inflação geral, os bares e restaurantes estão evitando repasses diretos ao consumidor. O objetivo é preservar o poder de compra e estimular o hábito de sair de casa, que é fundamental para a economia e para os empregos”, afirma.
A decisão de não repassar integralmente a inflação para os cardápios é uma estratégia que muitos empresários têm adotado para não perder clientes, algo que está auxiliando no atual cenário de equilíbrio dos negócios no setor: a pesquisa da Abrasel de setembro indicou que o setor de alimentação fora do lar tem o menor número de empresas operando em prejuízo desde a pandemia (16%).
Setor de bares cresceu 2% no primeiro semestre
Já levantamento realizado pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR) em parceria com a Future Tank, a partir da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE divulgada em agosto, o setor de bares e restaurantes registrou crescimento de 2% na receita real nos seis primeiros meses de 2025, em relação ao mesmo período de 2024.
Embora o semestre tenha registrado desempenho positivo, junho trouxe a primeira retração desde outubro de 2023. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a receita real do setor caiu 2,2%, já descontada a inflação. O resultado destaca o setor de serviços como um todo, que avançou 2,8% no período, consolidando a décima quinta alta consecutiva.
O contraste mostra como a atividade de bares e restaurantes ainda enfrenta oscilações mensais, mesmo em um cenário de crescimento no acumulado do ano, conforme análise da associação. A queda em junho interrompeu uma sequência de oito meses seguidos de expansão e evidencia a sensibilidade do setor diante de variações no consumo das famílias e nos custos de operação.
Ainda assim, o saldo acumulado do setor segue relevante para o desempenho da economia de serviços. Segundo os dados analisados pela ANR, a atividade respondeu por parte importante da expansão de 2,5% registrada pelo setor de serviços no primeiro semestre de 2025. O avanço confirma o peso da alimentação fora do lar dentro da estrutura de serviços, funcionando como um dos segmentos que mais contribuem para o resultado agregado.
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