A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,83% em maio deste ano. A taxa é superior ao 0,31% de abril e a maior para um mês de maio desde 1996 (1,22%), segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA acumula taxas de 3,22% no ano e 8,06% em 12 meses.
Os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram inflação em maio, com destaque para habitação (1,78%) e transportes (1,15%). Os itens que mais influenciaram esses grupos foram energia elétrica (5,37%), que passou para a bandeira tarifária vermelha patamar 1 no mês, e gasolina (2,87%).
Outros grupos com taxa de inflação importantes foram saúde e cuidados pessoais (0,76%), alimentação e bebidas (0,44%) e artigos de residência (1,25%).
Os demais grupos variaram entre 0,06% (educação) e 0,92% (vestuário).
Para Felipe Sichel, estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais, “o IPCA do mês é preocupante na medida em que o câmbio recuou 9,6% do início de abril até o final de maio, mesmo assim a inflação de bens industriais continua pressionada. Os repasses aos consumidores dos bens industriais parece que continuará acontecendo uma vez que o IPA-M de produtos industriais estava próximo de 40% no acumulado de 12 meses. A volta do auxílio emergencial em abril e a reabertura da economia também podem pressionar a inflação de serviços. Estamos revisando nossa trajetória de Selic para os próximos meses e essa será divulgada no nosso pré-Copom ao longo da semana.”
Já segundo o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, diz que “esperava avanço de 0,72% e o mais pessimista dos agentes estava em 0,77%. Com isso, o IPCA em 12 meses rompe a barreira 8%.”
“Nossa surpresa foi extremamente concentrada em combustíveis, sendo 5bps em gasolina e 4bps em etanol. Vale pontuar também a surpresa altista com alimentação fora do domicílio +3bps. Esse último acabou afetando sobre maneira os núcleos, concentrando basicamente toda a surpresa altista entre os 0,55% observados e os 0,41% projetados”, explica.
Para o economista, as surpresas, ainda que concentradas, estão sendo sistemáticas e ensejam por uma revisão na perspectiva do IPCA deste ano, que apenas com os 11bps de headline, subiu para 5,1%. Sanchez avalia que a dinâmica ascendente dos preços e o aquecimento da atividade deverão majorar ainda mais a perspectiva para a inflação em 2021. Muito a corretora divulgará os dados e um texto versando melhor sobre a alteração de cenário.
Com informações da Agência Brasil
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