O IPC-S da segunda quadrissemana de janeiro de 2024 subiu 0,49% e acumula alta de 3,23% nos últimos 12 meses. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Nesta apuração, quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição para o resultado do IPC-S partiu do grupo educação, leitura e recreação cuja taxa de variação passou de 1,02%, na primeira quadrissemana de janeiro de 2024 para 1,51% na segunda quadrissemana de janeiro de 2024. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item cursos formais, cujo preço variou 3,35%, ante 1,66% na edição anterior do IPC-S. Também registraram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: alimentação (1,34% para 1,62%), saúde e cuidados pessoais (-0,08% para 0,10%) e comunicação (-0,26% para -0,12%). Nestas classes de despesa, vale destacar o comportamento dos itens: hortaliças e legumes (10,44% para 11,98%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,44% para -0,79%) e tarifa de telefone residencial (-2,03% para -1,19%).
Em contrapartida, os grupos vestuário (0,66% para 0,25%), habitação (0,17% para 0,07%), transportes (-0,13% para -0,19%) e despesas diversas (0,13% para 0,08%) apresentaram recuo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, vale citar os itens: roupas masculinas (0,93% para 0,36%), taxa de água e esgoto residencial (0,90% para 0,54%), tarifa de táxi (5,63% para 0,56%) e conserto de bicicleta (0,20% para -0,09%).
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, encerrou o ano abaixo do teto da meta pela primeira vez desde 2020. O índice de 4,62%, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi menor que os 5,79% registrados em 2022. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), ligado ao Ministério da Fazenda, para este ano era de uma inflação de 3,25%, mas com uma margem de tolerância que poderia ir de 1,5% até 4,75%.
Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o resultado representa uma excelente notícia para os micro e pequenos negócios no Brasil.
“Este recuo inflacionário é um fator crucial que impacta positivamente essas empresas. Em primeiro lugar, porque contribui diretamente para a contenção dos custos operacionais”, comenta. Segundo o Décio, as pequenas empresas muitas vezes operam com margens mais apertadas e são mais sensíveis às flutuações de preços.
“Com a inflação sob controle, os empresários conseguem prever e planejar seus custos de produção e operacionais com mais precisão, evitando surpresas desagradáveis e preservando suas margens de lucro”, avalia.
Além disso, acrescenta o presidente do Sebrae, uma inflação mais baixa estimula o consumo. “Quando os preços estão estáveis, os consumidores se sentem mais confiantes para realizar compras, sabendo que seu poder de compra não será drasticamente corroído pela inflação. Isso é especialmente benéfico para as micro e pequenas empresas, pois elas dependem fortemente do comportamento do consumidor local. Com um cenário mais estável, há maior propensão para que as pessoas gastem, impulsionando as vendas desses negócios”, ressalta Décio Lima.
Outro ponto importante é a geração de empregos.
“O consumo aquecido representa mais emprego e renda. A taxa de desemprego, em 2022, era 9,3%, com Lula, no mesmo período 7,6%”, acrescenta. O aspecto do crédito também traz pontos positivos. O presidente do Sebrae avalia que em um ambiente de controle inflacionário, as taxas de juros tendem a ser mais baixas, tornando o financiamento mais acessível para as empresas de menor porte. Isso permite, segundo ele, que esses empreendimentos invistam em expansão, modernização e inovação, promovendo o crescimento sustentável.
Por fim, a estabilidade econômica decorrente da inflação baixa também contribui para a confiança dos empresários.
“Quando há previsibilidade nos indicadores econômicos, os donos de pequenos negócios se sentem mais seguros para tomar decisões estratégicas, como contratações e investimentos em tecnologia” diz o presidente do Sebrae.