Restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registraram queda de 29,6% no faturamento, de 40,9% na quantidade de vendas e de 7,3% no número de estabelecimentos que realizaram ao menos uma transação, em maio na comparação com 2019 (período pré-pandemia).
Ao analisar o comportamento de consumo em supermercados há um avanço no faturamento de 6,4% e 7,9% no número de estabelecimentos que registraram ao menos uma transação, enquanto houve queda de 5,7% na quantidade de vendas (também comparação de maio deste ano para 2019).
Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas.
Já na comparação de maio deste ano com o mesmo período de 2021 houve queda de 5,2% no faturamento do setor de restaurantes, bares, lanchonetes e padarias.
Os dados, que avaliam o desempenho dentro do cenário da pandemia e consideram a inflação no período (ou seja, são calculados em termos reais), mostram também uma regressão no valor gasto nos supermercados de 15% no faturamento no mês.
Os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) revelam ainda aumento de 8,5% na quantidade de vendas e queda de 7,1% no número de estabelecimentos que efetivaram pelo menos uma transação no mês de maio. “Alguns fatores tendem a prejudicar o fluxo e faturamento dos restaurantes, como a alta nos preços de bens e serviços (inflação), mudanças permanentes nos hábitos e rotina de trabalho de consumidores, são exemplos que fazem parte da realidade dos brasileiros. Já no setor de supermercados, os números mostram que o segmento ainda sofre com essa conjuntura negativa e alcançou os piores resultados dos índices desde janeiro de 2022”, pontua Cesario Nakamura, presidente da Alelo.
Em relação aos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), os dados de maio, apresentam resultados negativos, com destaque para a queda de 15,9% na quantidade de vendas e de 3,7% no número de estabelecimentos que realizou pelo menos uma transação – ambos em comparação com maio de 2021.
Segundo os pesquisadores da Fipe, a leitura dos resultados apresenta um cenário desafiador para o consumo tanto para as redes de supermercados quanto em restaurantes. Uma vez que o período foi marcado positivamente apenas pelo aumento registrado no número de transações em restaurantes nos últimos 12 meses, é possível argumentar que as divergências são ocasionadas pela inflação, que tem sido responsável por ofuscar o desempenho desses estabelecimentos. Entretanto, segundo os pesquisadores, há um novo momento de consolidação de padrões comportamentais e níveis de gasto compatíveis com a nova realidade econômica dos brasileiros em 2022.
De acordo com os pesquisadores, os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) apontam a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up). Ambos são calculados com base nas operações realizadas a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição, em todo território nacional.
Dados regionais
Em termos regionais, adotando como parâmetro a variação do valor gasto em restaurantes entre maio de 2019 (período pré-pandemia) e maio de 2022, é possível notar um maior impacto na região Nordeste (-37,0%). Entre as demais, a queda foi de: Norte (-31,8%), Centro-Oeste (-31,6%), Sudeste (-29,4%) e Sul (-27,5%).
Individualmente, as unidades federativas mais impactadas em maio foram: Ceará (-44,6%), Rio de Janeiro (-42,5%), Bahia (-41,8%), Amazonas (-37,4%), Maranhão (-36,6%), Distrito Federal (-36,1%) e Pernambuco (-34,3%).
Já entre as unidades com aumento e/ou quedas menos expressivas, destacaram-se: Acre (+53,7%), Roraima (+20,9%), Alagoas (+3,5%), Rondônia (-3,5%), Sergipe (-6,4%), Amapá (-15,4%) e Mato Grosso do Sul (-15,5%). Além das unidades federativas citadas, vale mencionar o impacto sobre o consumo em: Rio Grande do Sul (-34,3%), Goiás (-30,8%), Pará (-29,6%), Mato Grosso (-29,5%) e Minas Gerais (-28,9%).
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