Infraestrutura: US$ 100 bi de investimentos internacionais

423
John Eleotério, diretor da Goldman Sacks fala aos investidores e empresários internacionais durante o lançamento do Fundo de Investimentos para o Brasil, em Miami (Foto: divulgação/Mecânica Comunicação

O Fórum das Américas, realizado no último sábado (15/02) no Alhambra Plaza, Coral Gables, em Miami (EUA), foi palco do anúncio da criação do Fundo Brasilinvest-ADIG para uma plateia de mais de 77 investidores entre instituições e empresas norte-americanas, canadenses e europeias, francesas, árabes e brasileiras.

Com recursos da ordem de US$ 100 bilhões para financiar projetos de infraestrutura no Brasil, o fundo será gerido pela empresa norte-americana GF Capital, que também será responsável pela estruturação dos projetos do fundo. A expectativa é de aumentar, ainda mais, o valor com a entrada de novos parceiros. Os recursos poderão ser aplicados em setores como infraestrutura, meio ambiente, indústria, aeroespacial, comunicações, saúde, imobiliário, tecnologia, automotivo.

Na visão do CEO da GF Capital, Renato Costa, “não faltam recursos, faltam projetos consistentes”. Sua longa experiência em estruturação mostra que por falta de consistência, a cada 100 projetos apresentados nos road shows, apenas dois ou três são aprovados.

Enquanto isso, dados da Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB) dão conta de que atualmente o Brasil investe menos de 2% do Produto Interno Bruto ao ano em infraestrutura para uma necessidade de, pelo menos, 4% ou 4,5% do PIB, ou seja, mais do que o dobro. Estima-se que R$ 200 bilhões/ano são investidos na infraestrutura nacional, R$ 50 bilhões deles provenientes do poder público e R$ 150 bilhões da iniciativa privada.

Espaço Publicitáriocnseg

Projetos e regiões

Os recursos, originários de diferentes investidores envolvendo a Abu Dabi Investment Group (ADIG) e fundos de investidores da GF Capital e Brasilinvest, do chairman Mário Garnero, começarão a ser liberados em 60 dias, sempre focando projetos para o desenvolvimento brasileiro.  A expectativa é de que nada menos do que US$ 20 bilhões sejam absorvidos em projetos verdes, bastante concentrados na região amazônica. Outros US$ 15 bilhões deverão ser aportados em projetos de smart cities no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro.

Também estão previstos investimentos em projetos de Hidrogênio Verde no Espírito Santo e em outros Estados com esta vocação, cujos valores ainda estão em definição. Para a GF Capital, quando se fala em agronegócio, motor da economia brasileira, não se imagina projetos menores do que US$ 10 bilhões.

Diferentemente de instituições financeiras tradicionais que oferecem produtos de prateleira, a política do Fundo Brasilinvest-ADIG é de que cada projeto seja analisado individualmente, respeitando-se suas características próprias, ressalta .

Crescimento econômico  

Para os investidores, o considerável volume de recursos fica plenamente justificado em se tratando do Brasil, principal economia emergente do Planeta. Pelas projeções do Fundo Brasilinvest-ADIG, que conta com o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, como vice chairman, o valor total deverá ser aplicado integralmente nos projetos com seus diferentes prazos de conclusão, desde que cumpram o objetivo de promover o crescimento.  Cada um a seu tempo, os empreendimentos gerarão emprego para a população e impostos para os Estados e municípios, inclusive aqueles em fase de reconstrução por conta de fenômenos climáticos.

Internados em um banco de primeira linha em Nova Iorque e geridos nos Estados Unidos, os recursos do Fundo Brasilinvest-ADIG também serão disponibilizados às empresas brasileiras que quiserem investir em expansão no exterior ou ampliar suas exportações. A propósito, US$ 30 bilhões do total já estão destinados a projetos com protocolos de intenção assinados em diferentes segmentos, ressalta Renato Costa, também CEO do fundo.

Estiveram presentes na reunião em Miami representantes de instituições e de companhias como Boeing, Microsoft, Goldman Sachs, US Chamber of Commerce, Associação das Nações Unidas-Brasil, Alder Renewables, Aura Minerals. AECOM Brazil, One Amazon, Gorilla Technology, Hogan Lovells e Odebrecht Engenharia e Construção S.A.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui