A internet era utilizada em 92,5% dos domicílios (72,5 milhões) do país em 2023, com alta de 1,0 p.p. frente a 2022. O crescimento dessa proporção vem desacelerando, na medida em que se aproxima da universalização. Nas áreas urbanas, o percentual passou de 93,5% para 94,1% e nas áreas rurais, de 78,1% para 81,0%. A expansão tem sido mais rápida nas áreas rurais, com redução da diferença em relação às áreas urbanas, saindo de 40 p.p. de diferença em 2016 para 13,1 p.p. em 2023. Os dados são do Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgado hoje pelo IBGE.
Até 2019, ambos os tipos de conexão por banda larga (fixa e móvel) mostraram gradual sentido de crescimento nos domicílios, ao passo que, em 2021, a banda larga móvel se reduziu, voltando a subir em 2022 e 2023. A banda larga fixa continuou aumentando de 2016 a 2023, chegando a uma taxa de adoção superior à da banda larga móvel a partir de 2021.
Nos domicílios do país em que havia utilização da internet, o percentual dos que usavam banda larga móvel passou de 81,2% para 83,3% entre 2022 e 2023. Ao passo que o percentual dos domicílios que utilizavam a banda larga fixa aumentou de 86,4% para 86,9% nesse mesmo período.
O menor percentual de domicílios com banda larga móvel estava no Nordeste (68,2%), enquanto as demais regiões apresentaram taxas superiores a 80%, sendo na Região Sudeste ainda maior que 90%.
Em 2023, 5,9 milhões de domicílios do país não utilizavam a internet. Os três principais motivos foram: nenhum morador sabia usar a internet (33,2%), serviço de acesso à internet caro (30,0%) e falta de necessidade em acessar a internet (23,4%). Outros motivos apontados foram: serviço de acesso à internet não estava disponível (4,7%), equipamento para acessar a internet era caro (3,7%), falta de tempo (1,4%), preocupação com segurança (0,6%).
Em 2023, entre os 72,5 milhões de domicílios com internet, 16,0% (ou 11,6 milhões) tinham algum tipo de dispositivo inteligente que poderia ser acessado pela internet – câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado, geladeiras etc. -, um aumento de 1,7 milhão de domicílios (ou 1,7 p.p) em comparação a 2022.
Em 2023, dos 78,3 milhões de domicílios particulares permanentes do país, havia televisão em 73,9 milhões, 94,3% do total de domicílios, proporção que ficou em 95,1% na área urbana e 88,5% na rural. As regiões Sudeste e Sul apresentaram as maiores proporções de domicílios com televisão (96,5% e 96,0%, respectivamente), a Região Norte, a menor (88,8%).
Foram estimados 65,0 milhões de domicílios com recepção de sinal analógico ou digital de televisão aberta por meio de antena convencional, o equivalente a 88,0% dos domicílios com televisão do país. O dado representa uma queda de meio milhão de domicílios com recepção em relação a 2022, que teve 65,5 milhões de domicílios e 91,6%, respectivamente.
Na área urbana (88,9%), o percentual foi maior do que na área rural (80,9%). A Região Sudeste apresentou o maior percentual, com 88,9% dos domicílios, e a Região Centro-Oeste registrou o menor percentual, 86,8%.
No Brasil, havia um número maior de domicílios com recepção de sinal por parabólica grande (9,1 milhões) em comparação aos que possuíam mini parabólica com sinal aberto (7,5 milhões), o que representava 12,3% e 10,2% dos domicílios com televisão, respectivamente. Mas a diferença entre os dois tipos de antena caiu de 5,5 milhões em 2022 para e 1,6 milhão em 2023.
Aproximadamente 772 mil domicílios (911 mil em 2022), ou 1,0% dos domicílios com televisão, possuíam acesso a sinal de televisão somente por meio de parabólica grande.
Em 2023, 18,6 milhões ou 25,2% dos domicílios com televisão no país tinham acesso a serviço de televisão por assinatura, proporção que foi de 26,2% em área urbana e de 17,4% em área rural. Entre 2022 e 2023, o percentual de domicílios com televisão por assinatura apresentou redução de 2,5 p.p. no Brasil, bem como queda de 2,6 p.p. nas áreas urbanas e de 2,4 p.p. nas rurais. “Desde 2016, os percentuais dos domicílios rurais foram crescentes, atingindo o maior patamar em 2022 (19,8%), mas em 2023 apresentou a primeira queda para 17,4%”, ressalta o analista da pesquisa.
A pesquisa também mostra o número de domicílios com televisão que não tinham recepção de sinal analógico ou digital de TV aberta, recepção de sinal por antena parabólica grande ou miniparabólica com sinal aberto e nem acesso a serviço de TV por assinatura passou de 2,7 milhões (3,9%) de domicílios em 2022 para 3,8 milhões em 2023 (5,2%).
Entre os domicílios com televisão, 31,1 milhões possuíam acesso a serviço pago de streaming de vídeo, número semelhante a 2022. Entretanto, m termos percentuais, houve queda de 43,4% para 42,1%.
Dentre os domicílios que tinham acesso a serviço pago de streaming de vídeo, 93,9% também possuíam acesso a canais de televisão: 89,7% por meio de sinal de televisão aberta e 39,5% por meio de serviço de TV por assinatura. Somente 6,1% dos que tinham acesso a streaming pago de vídeo não possuíam acesso a televisão aberta ou a serviço de TV por assinatura, percentual esse de 4,7% em 2022.
De 2022 a 2023, a proporção de domicílios com microcomputador recuou de 40,2% para 39,0%. Em 2016, esse percentual era de 45,9%. A proporção de domicílios com tablet, voltou a recuar, de 10,7% para 10,4%. Desde 2021, esse indicador apresentou percentuais próximos, com pequenas variações para cima e para baixo, podendo indicar alguma estabilidade no patamar de 10%. Em área urbana, esse indicador passou de 11,8% para 11,4% e, em área rural, de 3,1% para 2,8%
Em 2023, não havia telefone em 2,8% dos domicílios particulares permanentes (2,2 milhões) do país, mesmo percentual de 2022. A ausência de telefone manteve-se mais elevada nos domicílios nas regiões Nordeste (5,2%) e Norte (3,8%), enquanto nas demais não ultrapassou 2,0%.
Ainda segundo a pesquisa, a proporção de domicílios com telefone fixo no país foi de 9,5%, percentual em declínio desde 2016 (32,6%). A parcela dos domicílios que tinham telefone móvel celular, por outro lado, apresentou aumento desde 2016 (93,1%), embora em 2022 (96,6%) e 2023 (96,7%) tenha ficado praticamente estável. Os domicílios da área rural tinham percentual menor, se comparados àqueles da área urbana, tanto de telefone móvel celular (91,2% frente a 97,5%) quanto de telefone fixo convencional (2,8% contra 10,5%).
Desde 2016, ano após ano, observou-se um aumento no número de domicílios onde foi informado que o serviço de rede móvel celular ali funcionava, para internet ou para telefonia. Entretanto, pela primeira vez na série, o percentual de domicílios nessa condição apresentou uma pequena variação negativa de 0,1 p.p., podendo indicar uma estabilidade nesse indicador. O percentual domicílios do país com serviço de rede móvel celular funcionando para internet ou telefonia foi de 91,9%, no total; 95,3%, em área urbana; e 67,4%, em área rural.
A área rural apresentou redução tanto no quantitativo de domicílios (menos 202 mil domicílios) quanto na taxa (queda de 2,0 p.p.). Em áreas urbanas, em sentido oposto, obteve-se acréscimo de 2,9 milhões de domicílios e variação positiva de 0,1 p.p. na taxa. Esse movimento acabou ampliando a diferença entre as taxas nos domicílios urbanos em comparação aos rurais: em 2016 essa diferença foi de 26,0 p.p. e, em 2023, passou a ser de 27,9 p.p., tornando-se, assim, a maior da série.
Ainda segundo o levantamento, em 2023, na população estimada de 186,9 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade do país, 88,0% (ou 164,5 milhões) utilizaram a internet no período de referência (últimos três meses anteriores à entrevista), ante 87,2% em 2022. Em 2016, eram 66,1%.
Em relação ao sexo, 88,7% das mulheres utilizaram a internet em 2023, um pouco acima do percentual apresentado pelos homens (87,3%). As pessoas com ensino superior incompleto (98,3%) e com superior completo (97,6%) apresentaram os maiores percentuais de uso, enquanto o grupo de pessoas sem instrução teve o menor (44,4%).
Com informações da Agência de Notícias IBGE
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