O Instituto Empresa, associação de investidores que lidera a articulação de acionistas lesados pelo escândalo contábil da Americanas S/A, confirma o anúncio de manter uma única demanda contra a companhia e seus controladores.
A decisão resolve o impasse criado por uma movimentação da companhia, que levou à divisão dos acionistas em dois processos distintos, limitando o número de investidores por procedimento e dificultando a obtenção do quórum necessário para pressionar os controladores da Americanas – o trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
“Separados, os acionistas perdem força, o que enfraquece o pleito que exige um número mínimo do capital social reunido em único procedimento”, explica Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa. “Nosso foco é a eficiência e a efetividade. Não é interessante obter uma decisão rápida, mas insatisfatória.”
O procedimento unificado reunirá os fundamentos já apresentados, ampliando o escopo da ação para responsabilizar não só a empresa, mas diretamente aos controladores pelo abuso do poder de controle, conforme previsto no artigo 246 da Lei das Sociedades por Ações e já comunicado pela própria Companhia ao mercado, acredita o Instituto.
A extinção do procedimento CAM 268/24, já solicitada pelos requerentes, aguarda decisão do Tribunal Arbitral.
O Instituto Empresa também articula, em paralelo, medidas no exterior e iniciativas internas na própria empresa a fim de garantir o direito dos acionistas minoritários de participar das assembleias, requisitar documentos e exercer plenamente seus direitos políticos.
Em 29 de setembro de 2025, a Americanas informou ao mercado que celebrou termo de arbitragem no âmbito do procedimento CAM 268/24. O Instituto, contudo, alega que o termo não foi firmado e que, antes desse, houve a desistência, um direito dos requerentes.
Para o Instituto, a estratégia da desistência não representa um recuo, mas sim um ajuste tático necessário para a construção de um processo mais forte, coeso e eficaz e reafirma que nenhum acionista representado sofrerá prejuízo com a unificação. “Ao contrário, o novo caminho representa a chance real de obter uma indenização mais robusta e adequada aos danos sofridos”, defende a entidade.
















