IPCA: alimentação em domicílio influenciou alta

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Arroz com feijão (Foto: ABr/arquivo)
Arroz com feijão (Foto: ABr/arquivo)

A inflação caiu para 0,54% em janeiro. No mês anterior, tinha ficado em 0,73%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje, no Rio de Janeiro, os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esse foi o maior resultado para o mês de janeiro desde 2016, quando atingiu 1,27%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador apresentou alta de 10,38%, patamar superior aos 10,06% registrados no período imediatamente anterior. Em janeiro de 2021, a variação mensal ficou em 0,25%.

Segundo André Filipe Almeida, analista da pesquisa, o resultado foi influenciado, principalmente, por alimentação e bebidas (1,11%), o que provocou o maior impacto no índice do mês (0,23 ponto percentual).

“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que, embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos nesse grupo, 0,04 pp e 0,03 pp, respectivamente”, explicou.

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Já segundo Felipe Sichel, estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais, “o resultado reforça nossa perspectiva de elevação de 100bps na Selic em março, para 11,75%.”

“Pelos grupos, a maior surpresa positiva veio de alimentação e bebidas, que confirmou nossa expectativa de elevação nas frutas, tubérculos, raízes e legumes, mas mostrou surpresa desfavorável na projeção dos preços do café moído e carnes, parcialmente compensados pela leitura mais baixista da alimentação fora do domicílio. Ainda no lado altista, destaque para a variação acentuada de artigos de residência e vestuário, com destaque a eletrodomésticos e roupas masculinas, respectivamente. Na esfera baixista, a maior surpresa veio de habitação, em função da queda mais acentuada no preço da energia elétrica residencial. Além disso, a deflação em transportes se deveu em grande parte à queda nas passagens aéreas e ao recuo mais forte do que o esperado em gasolina.”

Ainda de acordo com Felipe, “de modo geral, seguimos interpretando a composição do IPCA como desfavorável. Tanto os industriais quanto os serviços ficaram acima do esperado, com medidas subjacentes visivelmente pressionadas em ambos setores. Dada a permanência dos gargalos globais de oferta, ganhos de mobilidade e contaminação dos núcleos, enxergamos continuidade dessas pressões nos próximos meses. O mesmo vale para alimentação no domicílio, ainda influenciados pela baixa disponibilidade da última safra.”

 

Com informações da Agência Brasil

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