Bottom line – O IPCA de março apresentou variação de 0,93%, praticamente em linha com nossa projeção de 0,95% e abaixo da expectativa do mercado medida pela Bloomberg de 1,03%.
Mantemos nossa projeção de mais duas elevações da taxa Selic em 0,75% e avanço do ciclo para finalizar o ano em 5%. Nossa projeção para o ano que vem permanece de 6,5%, podendo ser antecipada para este ano.
Comentários – A abertura do índice mostra avanço maior do que o esperado em habitação, artigos de residência e, principalmente, vestuário. Por outro lado, saúde e cuidados pessoais, surpreenderam nossas expectativas para baixo.
Os preços administrados voltaram a avançar e cresceram 2,81% (expectativa modal: 2,77%), enquanto os livres avançaram 0,28% (expectativa modal: 0,32%). Destaca-se por dentro dos livres a variação negativa em alimentação, que chega ao menor patamar de expansão desde setembro de 2019. Serviços reduziram de 0,55% para 0,12 e industriais tiveram variação marginalmente superior ao mês passado, avançando 0,82%. Este grupo permanece como o grande motor por trás dos preços livres.
Em termos de núcleos vemos a queda de médias de 0,51% para 0,41%. Já a difusão teve redução marginal, mas permanece em patamar elevado.
Em suma, o IPCA mostrou sinais positivos na estabilização dos preços livres, apesar de administrados permanecerem pressionando o headline. Preocupa-nos ainda a dinâmica dos bens industriais (apesar de leituras subjacentes indicarem possível arrefecimento) e os riscos em torno de possíveis novas rodadas de desvalorização cambial. Ainda assim, a sinalização de hoje pode ser vista como um argumento a favor da perda de força no índice. Em todo caso, a leitura ficou acima da projeção do Banco Central no último RTI.
Mantemos nossa projeção de mais duas elevações da taxa Selic em 0,75% e avanço do ciclo para finalizar o ano em 5%. Nossa projeção para o ano que vem permanece de 6,5%, podendo ser antecipada para este ano.
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Felipe Sichel
Estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais
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