IPCA: inflação sobe menos e fecha fevereiro com alta de 0,9%

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A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou fevereiro com alta de 0,9%, resultado 0,37 ponto percentual abaixo da taxa de janeiro, que atingiu 1,27%. Os dados da inflação oficial do país foram divulgados, hoje, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o IPCA passou a acumular alta de 2,18% nos dois primeiros meses do ano, resultado que chega a ser 0,3 ponto percentual inferior aos 2,48% acumulados em igual período de 2015.
Já a alta acumulada nos últimos 12 meses ficou em 10,36%, também abaixo dos 10,71% dos 12 meses imediatamente anteriores: -0,35 ponto percentual. Em fevereiro de 2015, o IPCA foi de 1,22%.
Considerando os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, a mais elevada variação ficou com o item educação, que atingiu 5,9%, refletindo os reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente nos valores das mensalidades dos cursos regulares, que subiram 7,43%, contribuindo com 0,21 ponto percentual para o IPCA do mês.
Os grupos educação (5,9% e 0,27 ponto percentual de contribuição) e Alimentação e Bebidas (1,06% e contribuição também de 0,27 pontos),  foram responsáveiss por 60% do IPCA do mês – o equivalente a 0,54 ponto percentual.
Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índice de preços do IBGE, apesar da alta da inflação ter sido bem menor em fevereiro, o custo de vida ainda é alto e os preços continuam subindo.
– Houve realmente uma desaceleração, apesar da alta de 5,9% nas mensalidades escolares. Mas houve queda dos preços dos alimentos principalmente em função de estarmos em plena safra de alguns produtos. Os preços continuaram subindo no mês passado e o custo de vida continua alto – disse.
Segundo a coordenadora, a retração de fevereiro foi influenciada por dois itens que apresentam resultados de queda: “as passagens áreas e a energia elétrica. No caso das passagens, a queda decorre da retração na procura e, com isso, os preços vêm caindo. E na energia elétrica, há a retração da cobrança das bandeiras tarifárias”.
Peso por grupo
Os dados do IBGE indicam, porém, que, individualmente, os grupos transporte e saúde e cuidados pessoais vieram logo a seguir entre os que mais contribuíram para a elevação do IPCA em fevereiro, com altas de 0,62% e 0,94% – e ambos com contribuição de 0,11 ponto percentual para a inflação do mês.
Em fevereiro, os preços dos alimentos (1,06%) continuaram subindo, embora com menos força do que em janeiro (2,28%). Além da cenoura, que aumentou em fevereiro 23,79%, também teve alta expressiva a farinha de mandioca (11,4%. Entre os produtos alimentícios em queda, destacam-se o tomate (-12,63%) e a batata-inglesa (-5,70%).
No grupo transporte, com alta de 0,62%, figuram as tarifas de ônibus urbanos (alta de 2,61%). Nos ônibus intermunicipais, o aumento foi 2,17%. Houve reajuste de 3,83% nas tarifas de trem, reflexo dos reajustes de 12,12% ocorridos no Rio de Janeiro e de 8,57% em São Paulo. Ainda em transportes, os preços do etanol continuaram subindo (4,22%), enquanto a gasolina ficou em 0,55%.
As contas de energia elétrica caíram 2,16% e levaram o grupo Habitação a fechar com deflação (inflação negativa) de 0,15%. O grupo foi responsável pelo principal impacto negativo no IPCA do mês: -0,09 ponto percentual. Segundo o IBGE, a queda foi decorrência da redução no valor da bandeira tarifária vermelha, que passou de R$ 4,50 para R$ 3,00 a cada 100 kWh consumidos, a partir de 1º de fevereiro.
Quando analisado de forma regional, os dados do IPCA indicam que Salvador apresentou a maior inflação em fevereiro, com alta de 1,41%, ressaltando a elevação de 2,55% nos preços dos alimentos. Já a menor taxa foi na região metropolitana de Vitória (0,28%), onde os alimentos ficaram em 0,36%, bem abaixo da média nacional (1,06%).
Recife fechou fevereiro com o segundo maior IPCA de fevereiro (1,29%) e Belém, com 1,11%. Em Belo Horizonte, a variação foi de 0,99% e em Porto Alegre (0,97%) – todos com IPCA abaixo de 0,9 da média nacional. Em São Paulo, a taxa variou 0,82%, no Rio de Janeiro, 0,68%, e, em Brasília, 0,69%.
Utilizada pelo Banco Central como parâmetro para as metas de inflação fixadas para o país (vão de 2,5% a 6,5%, sendo 4,5% o centro da meta), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado pelo IBGE desde 1980. Ele se refere a famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
Para cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados de 29 de janeiro a 29 de fevereiro de 2016, com os período entre 30 de dezembro de 2015 e 28 de janeiro de 2016.

Agência Brasil

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