IPCA não deve impactar a decisão do Copom

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como o copom decide os juros da dívida pública
Como o Copom decide os juros (elaboração BCB)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, medido pelo IBGE para observar tendência de inflação, veio nesta terça-feira ligeiramente acima do esperado, a variação mensal foi de +0,46% (no teto das estimativas) contra um consenso de +0,42%, diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, depois de avaliar o índice divulgado pelo IBGE.

No acumulado de 12 meses, o indicador marcou +3,93% contra um consenso de +3,88%. Em maio de 2023, a variação havia sido de 0,23%. “Considero que, apesar de um dado acima do esperado, veio em linha, apesar de o indicador ter voltado a acelerar tanto no mensal (que já vinha acelerando) quanto no anual”, explica Fernandes.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em maio. A maior variação veio do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 0,69% e 0,09 p.p. de contribuição. Já os maiores impactos vieram de Alimentação e bebidas (0,62%) e Habitação (0,67%), com 0,13 p.p. e 0,10 p.p. respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o -0,53% de Artigos de residência e o 0,50% de Vestuário.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 1º de maio a 29 de maio de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de março a 30 de abril de 2024 (base). O indicador se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

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Segundo Fernandes, o destaque positivo foi os preços dos combustíveis, que desacelerou -0,4% contribuindo positivamente para o índice. Produtos farmacêuticos seguiram caindo como visto também no mês de abril, caindo dessa vez -0,5%.

Nos destaques negativos, ele apontou o segmento de alimentos no domicílio, que subiu +0,66% no mês, com ênfase para batata inglesa que disparou 20,61% no mês, puxando o índice para cima. Leites e derivados também pressionaram subindo +5,4% no mês.

“Acredito que parte dessas altas se deve a fortes chuvas no RS, que impactou a produção e reduziu a oferta. Outro segmento que ainda segue acelerando é o setor de serviços, uma preocupação do Banco Central. Serviços subjacentes subiram +0,41% no mês, e mesmo tirando passagens aéreas da conta, o segmento ainda subiu +0,31%”, citou.

Para Fernandes, o dado do IPCA não deve impactar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne na próxima semana para decidir a nova taxa de juros. “O mercado já precifica uma manutenção na Selic nos patamares atuais”, diz o analista. A taxa Selic hoje está em 10, 50% ao ano. Ela foi decidida no dia 8 de maio de 2024 e representa uma queda em relação à reunião de janeiro, quando os juros estavam em 10,75% ao ano. A próxima reunião do Copom será nos dias 18 e 19 de junho.

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