A inflação oficial ficou em 0,47% em maio, após ter alcançado 1,06% em abril. No ano, o indicador acumula alta de 4,78% e, nos últimos 12 meses, segue em 2 dígitos: 11,73%, abaixo dos 12,13% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2021, a variação havia sido de 0,83%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos, teve alta de 0,45% em maio.
A maior variação no IPCA veio do grupo Vestuário (2,11%), e o maior impacto (0,30 ponto percentual, p.p.) veio dos Transportes, que teve alta de 1,34% puxada pelas passagens aéreas, que subiram 18,33%.
Puxou para baixo o IPCA a energia elétrica, que ficou mais barata desde 16 de abril, quando foi encerrada a cobrança da bandeira de escassez hídrica. Em dois meses, a queda foi de 13,7%.
Em junho, o IPCA poderá registrar alta de 0,60%, “uma vez que o impacto positivo da bandeira verde acabou”, segundo análise do Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG). “Além disso, continuamos percebendo pressões provenientes de serviços e do núcleo de inflação. O grande ponto de interrogação está relacionado à votação no Congresso de um projeto de lei que limita o ICMS para combustíveis, energia elétrica e outros serviços. Se aprovado ao longo de junho, o impacto seria uma redução na inflação em 1,5 ponto percentual, talvez levando o resultado de junho para o campo negativo, dependendo de quando a limitação do ICMS for implementada.”
Para todo 2022, há o debate adicional para zerar os impostos federais e estaduais sobre os combustíveis, o que reduziria adicionalmente de 1 a 1,5 ponto percentual a inflação se totalmente repassados aos preços, avalia o MUFG. “Isso significa que nossa previsão atual de 9,2% em 2022 pode ser reduzida em 2,5 a 3 pontos percentuais para todo o ano de 2022. Essas medidas colocam um viés ascendente à nossa previsão de inflação de 3,5% em 2023, uma vez que a zeragem de impostos seria válida até o final deste ano, retornando ao patamar do limite em 2023. Se assim for, nossa previsão aumentaria para 5%, acima do teto de 4,75%. Essa situação pode fazer com que o Banco Central reaja mais fortemente, uma vez que seu foco é a inflação de 2023”, esclarece a instituição.
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