Itaú eleva indenização para demitidos do home office

Demitidos por suposto baixo desempenho no home office ganharão do Itaú R$ 9 mil + até 10 salários, dependendo do tempo de casa.

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Fachada Itaú (Foto divulgação)
Fachada Itaú (foto divulgação)

O Sindicato dos Bancários de São Paulo realizará nesta quinta-feira assembleia para os funcionários vítimas de demissão em massa do Itaú decidam se aprovam acordo com o banco. Em mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, realizada na segunda-feira, foi estabelecida indenização extra de até 10 salários.

O Itaú demitiu mais de mil empregados em 8 de setembro. Foram atingidos bancários em home office ou regime híbrido, sob alegação de baixo desempenho. O acordo fechado no TRT inclui, além dos 10 salários, dependendo do tempo de casa, valor fixo de R$ 9 mil, 13ª cesta alimentação e manutenção da taxa de financiamento imobiliário diferenciada, de acordo com o Sindicato. O Itaú também se comprometeu a não encerrar o modelo de teletrabalho no banco.

Desde a demissão em massa, o Sindicato denunciou que os bancários não tinham conhecimento do monitoramento e seus critérios; não receberam feedback prévio; o monitoramento não levou em consideração detalhes específicos de cada área; trabalhadores promovidos e premiados foram demitidos; a demissão não foi previamente comunicada ao Sindicato; e os demitidos foram “expostos pelo banco de forma vexatória”.

“Após um mês desde a demissão em massa promovida pelo Itaú, conquistamos uma proposta que avaliamos como positiva para os bancários demitidos, que será avaliada em assembleia. Ainda assim, reafirmamos nossa indignação e repúdio com relação à demissão em massa e a forma como a mesma foi conduzida pelo Itaú”, critica Neiva Ribeiro, presidente do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

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“Para a gente, a proposta que sai daqui é muito importante. O banco errou e estamos aqui para atender estes trabalhadores, principalmente o pessoal que tinha estabilidade. O Itaú vai voltar atrás no caso de quem estava gestante e, no caso dos adoecidos, o banco se comprometeu a analisar caso a caso. Saímos daqui vitoriosos. Queríamos sim a reintegração, não conseguimos, mas na medida do possível os trabalhadores vão sair com o reconhecimento de tudo o que aconteceu”, acrescenta a diretora executiva do Sindicato e coordenadora da COE Itaú (Comissão de Organização dos Empregados do Itaú), Valeska Pincovai.

Confira a proposta de acordo entre Itaú e demitidos

Para bancários entre 0 e 23 meses de banco:

Piso de 4 salários + valor fixo de R$ 9 mil + 13ª cesta alimentação

Para bancários a partir de 24 meses de banco:

Piso de 6 salários + ½ salário por ano trabalhado, com teto de 10 salários + valor fixo de R$ 9 mil + 13ª cesta alimentação.

Em ambos os grupos, bancários que possuem financiamento imobiliário junto ao Itaú terão mantidas as condições diferenciadas.

A proposta deve ser aprovada em assembleia, mas a adesão deve ser individual, com assistência do Sindicato e quitação total do contrato de trabalho. O prazo é de até 6 meses para adesão ao acordo.

Correção: a matéria inicialmente falava em 8 mil demitidos; são mil demitidos

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