O Itaú Unibanco lucrou R$ 10,9 bilhões no quarto trimestre de 2024, com aumento trimestral de 2,0%. Em relação ao mesmo período de 2023 o crescimento foi de 15,8%. Segundo o banco, houve expansão da margem financeira e de rentabilidade. A carteira de crédito total do banco chegou a R$ 1,359 trilhão.
Os resultados foram divulgados após o fechamento do mercado de ações nesta quarta-feira. A teleconferência para analistas acontece nesta quinta-feira pela manhã. O retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido foi de 22,1% no consolidado e de 23,4% nas operações no Brasil. A carteira de crédito avançou 6,3% no consolidado e 5,8% no Brasil no trimestre.
Na carteira Pessoa Física, os destaques foram os crescimentos de 5,6% do crédito imobiliário, de 1,8% da carteira de veículos e de 6,8% de cartão de crédito, que é sazonalmente maior no final do ano. Em cartão de crédito, o crescimento da carteira foi de 10,9% no trimestre nos segmentos Personnalité e Uniclass (crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior).
Carteira de crédito
O crescimento da carteira de micro, pequenas e médias empresas foi de 8,1% no trimestre. Segundo o Itaú, isso ocorreu devido a variação cambial do período e pela originação de aproximadamente R$ 12 bilhões nas carteiras de programas governamentais, especialmente o FGI. Em grandes empresas no Brasil, o crescimento foi de 6,8% no trimestre, em parte em função do impacto da variação cambial.
“O crescimento da carteira de crédito, além da maior margem de passivos, levou a um crescimento de 3,7% da margem financeira com clientes no trimestre. O custo do crédito apresentou um aumento de 4,8% no trimestre. Não fosse o impacto positivo de R$ 500 milhões relacionado à recuperação de crédito de um cliente específico de grandes empresas no terceiro trimestre, o custo do crédito apresentaria uma redução de 1% no período”.
O índice de inadimplência acima de 90 dias consolidado reduziu 0,2 p.p. e atingiu 2,4%. No Brasil, o indicador de pessoas físicas novamente reduziu 0,2 p.p. e atingiu 3,8%. O banco deu como destaque a redução de 0,5 p.p. no indicador de micro, pequenas e médias empresas, em parte pelo crescimento da carteira.
Tanto em pessoas físicas quanto em micro, pequenas e médias empresas, houve redução nominal do saldo da carteira em atraso acima de 90 dias. Houve redução de 0,2 p.p. no índice de inadimplência entre 15 e 90 dias, que fechou o trimestre em 2,0%. A queda no indicador da carteira de pessoas físicas foi de 0,2 p.p.. Na carteira de micro, pequenas e médias empresas no Brasil o indicador fechou o trimestre em 1,4%, redução de 0,1 p.p. As receitas de serviços e seguros cresceram 3,9% no trimestre.
“Tivemos maiores receitas com cartões, tanto no resultado de emissor quanto em adquirência. Além disso, merece destaque o crescimento das receitas com administração de fundos em função do reconhecimento de performance fee no trimestre. As despesas não decorrentes de juros cresceram 4,8% na comparação trimestral, com alta sazonal nas despesas administrativas e operacionais”, reportou o relatório de resultados.
Em 2024, o resultado recorrente gerencial atingiu R$ 41,4 bilhões, crescimento de 16,2% (excluindo o resultado da Argentina em 2023, o crescimento foi de 18,2%), e o retorno recorrente gerencial foi 1,2 p.p. maior, atingindo 22,2%. Merece destaque a evolução de 19,7% do resultado antes de tributos e minoritários, que atingiu R$ 60,5 bilhões.
A carteira de crédito avançou 15,5% no consolidado e 14,3% no Brasil. O efeito positivo do crescimento da carteira, da maior margem com passivos e dos maiores ganhos com operações estruturadas do Atacado, levaram a um crescimento de 7,1% na margem financeira com clientes (em base comparável, excluindo o resultado da operação na Argentina em 2023, o crescimento foi de 8,3%).
No mesmo sentido, houve aumento na margem financeira com o mercado, além de redução de 6,6%, ou R$ 2,4 bilhões, no custo do crédito. As receitas com prestação de serviços e seguros aumentaram 7,2% na comparação anual (crescimento de 7,7% em base comparável). Esse aumento ocorreu em função do maior faturamento na atividade de emissão de cartões, dos maiores ganhos com operações de banco de investimento e das maiores receitas com administração de recursos.
Seguros
Outro destaque foi o crescimento de 13,8% do resultado de seguros, previdência e capitalização, com evoluções importantes em prêmios ganhos, em fundos de previdência e receitas líquidas de capitalização. As despesas não decorrentes de juros cresceram 6,8%, sendo que os custos core cresceram 4,4%, ou seja, abaixo do IPCA de 4,8% no ano.
O custo do crédito aumentou R$ 398 milhões em relação ao trimestre anterior. Esse crescimento é explicado pelo impacto positivo de R$ 500 milhões no trimestre anterior, que não se repetiu, na linha de despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa, por conta de um cliente específico do segmento de grandes empresas no Brasil.
Nos Negócios de Varejo no Brasil, o aumento da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa acompanhou o crescimento da carteira de crédito e foi parcialmente compensado pela maior recuperação de créditos baixados como prejuízo. Em relação a 2023, o custo do crédito reduziu R$ 2.449 milhões.