JBS fará cisão das operações e criará nova companhia nos EUA

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A JBS pretende criar uma nova empresa nos Estados Unidos, a JBS Food International, que será listada na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) e abrigará tanto os negócios da Seara Alimentos quanto as operações fora do Brasil.

Os negócios de carne bovina no Brasil, de biodiesel, de colágeno e a transportadora, bem como outros negócios da companhia, entre eles a divisão global de couros, continuarão sendo gerenciados pela JBS S.A., que seguirá como empresa de capital aberto com ações na BM&FBovespa, mas mudará de nome, para JBS Brasil.

“As operações da Seara e da JBS Brasil, com seus 125.000 colaboradores baseados no Brasil, permanecerão sob a liderança da atual administração e continuarão com suas estratégias de crescimento no mercado brasileiro”, disse a JBS no documento.

Wesley Batista, presidente da companhia, disse durante teleconferência que a proposta vinha sendo analisada há algum tempo e tem o objetivo de “criar uma estrutura societária que reflita aquilo que a companhia se tornou nos últimos anos – uma empresa global no setor de alimentos”.

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A reestruturação exigirá uma redução de capital que precisará ser aprovada pelos acionistas em assembleia geral. Caso seja aprovada, os detentores de ações da companhia receberão de forma proporcional a parcela das ações da JBS Foods International recebidas pela JBS S.A. em decorrência da transferência de ativos entre as empresas.

Além disso, “a JBS pretende registrar a JBS Foods International para negociação na Nyse acompanhada de um programa de BDR Patrocinado Nível II, por meio do qual os acionistas da JBS Foods International terão a opção de trocar as suas ações da JBS Foods International por BDRs negociados na BM&FBovespa”.

Após a redução de capital, os acionistas controladores da JBS poderão contribuir com todas ou com parte das ações por eles detidasna JBS S.A, recebendo em contrapartida novas ações emitidas pela JBS Foods International. Se os controladores contribuírem com pelo menos 50% das ações em circulação, a JBS S.A. se tornará uma subsidiária não integral da JBS Foods International.

 

Hedge

 

A JBS reduziu substancialmente sua posição de hedge desde março, em meio ao que chamou de mudança expressiva no cenário que motivou a companhia a proteger 100% de sua exposição cambial, afirmou Wesley Batista.

O executivo comentou que a JBS deixou de rolar no final de março 50 mil contratos de hedge cambial, em um total de R$ 2,5 bilhões. Batista, porém, evitou comentar mais detalhes sobre a posição atual de hedge da empresa. Perdas com proteção cambial ajudaram a empresa a fechar o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 2,7 bilhões.

O executivo também comentou que a JBS está focada em reduzir sua alavancagem para a casa das duas vezes Ebitda, ante 3,84 vezes ao final do primeiro trimestre. Diante desta postura, a empresa não tem foco em fusões e aquisições neste ano, disse Batista.

O executivo comentou ainda que a JBS ainda vê necessidade de elevar preços no mercado interno do Brasil para compensar o impacto da recente alta de preços de grãos como o milho no início do ano.

Segundo o presidente-executivo da área de alimentos processados da JBS, Gilberto Tomazoni, há ainda necessidade de reajustar os preços para cima em mais 5%.

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