Numa das enquetes mais votadas do site do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, o “não” deu uma lavada no “sim” no referendo sobre a proibição da venda de armas e munição. Dos cerca de 1.200 de internautas que votaram, 916 – 75% – disseram “não”, contra 296 – 24% – optantes pelo “sim”. Os votos nulos e em branco somaram apenas 1%.
Gigante doente
Mesmo disputando com o México o posto de maior economia da América Latina, o Brasil está entre os países da região que menos investem em saúde. São US$ 271 per capita por ano, contra US$ 697 da Argentina, US$ 618 do Uruguai, US$ 437 da Venezuela e US$ 331 do neoliberal Chile. O Brasil está atrás até mesmo da Costa Rica, onde o investimento per capita é de US$ 285, segundo levantamento da Pan American Health Organization. “Para estar na média do América Latina, o investimento anual em saúde do país deveria ser da ordem de R$ 300 bilhões, mas não passa de R$ 90 bilhões. E constantemente ainda se discutem cortes”, critica o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), Roberto Gil, que promove, até sábado, o XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
Nos Estados Unidos, o investimento per capita é de US$ 1.700″, diz. Atrás do Brasil no ranking latino estão Colômbia (US$ 211), México (US$ 211), Peru (US$ 91), Equador (US$ 65) e Bolívia (US$ 54).
Elitista
Além de gastar pouco, a maioria da população fica à margem do sistema de saúde, já que o setor público, que responde por 80% do atendimento, investe apenas o equivalente a 3,2% do PIB; já o setor privado, que responde por 20% do atendimento, investe 5,3% do PIB.
Na Argentina, o setor privado investe 3,7% do PIB, menos que o setor público (4,7%), bem como no Chile (3,9% contra 4,4%), na Costa Rica (3,4% contra 5,2%) e na Bolívia (2,9% contra 5,8%).
Inadimplência
Os aumentos de até 26% nos planos de saúde preocupam as empresas do setor, que sabem que a pressionada classe média e as empresas fora do circuito financeiro/exportador não têm condições de arcar com as mensalidades. Sergio Vieira, presidente da Abramge RJ/ES, entidade que reúne as operadoras de plano, reconhece que sempre haverá dificuldade no repasse para o consumidor e o melhor caminho é reduzir os custos médicos e hospitalares.
Caixa preta
Projeto de lei do deputado Paulo Ramos (PDT), que determina a instalação de medidores de consumo de água, eletricidade, telefonia e gás em locais visíveis e de fácil acesso aos consumidores, foi aprovado, em primeira discussão, nesta quinta-feira, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
Cabos eleitorais
Confiantes na vitória no plebiscito de domingo, defensores do “não” acreditam ter estratégia infalível para consolidar a vitória: provocar a turma do “sim” para que use depoimento conjunto de FH e do presidente Lula em defesa desta última tese. Os apoiadores do “não” afirmam que, se a vinculação do “sim” ao governo Lula já ajudou a impulsionar a campanha contra a proibição acima dos 50% das intenções de voto, se conseguirem “colar” o “sim” a Lula e FH, a vitória será de goleada.
