O ano chega ao fim, e os jornalões dão mostras de que não vão dar trégua, planejando um infeliz Ano Novo para o governo Lula. Um colunista militante de jornalões de São Paulo e do Rio iniciou seu texto assim: “Com os maus ventos da economia (…)”; outra escriba mencionou “o desânimo do governo em terminar o ano assim”.
A que será que se referiam? À menor taxa de desemprego desde que começou a Pnad Contínua, em 2012 (recorde renovado nesta sexta-feira, com a taxa de 6,1%)? Ou à queda da taxa de pobreza, igualmente a menor desde 2012, em que, em 1 ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no Brasil?
Talvez estivessem lembrando que a economia o País deve crescer na faixa de 3,5% (os sábios do mercado previam, em janeiro de 2024, que o PIB 1,59%). Ou, ainda, que a inflação está muito próxima do teto da meta: nesta sexta, o IBGE divulgou o IPCA-15, a prévia da inflação oficial, com alta de 0,34% (abaixo das projeções do mercado financeiro, que estimavam, em média, 0,45%), acumulando uma alta de 4,71% no ano, percentual que poderá cair com o IPCA final, que será divulgado no início de janeiro.
O que os jornalões parecem querer refletir é a crise artificial que tem beneficiado especuladores, levando o dólar a mais de R$ 6. Algo como lançar a bola e correr para cortar. Tudo para manter o governo Lula refém, garantindo ao mercado, em primeiro lugar, bons lucros; em segundo, enfraquecendo o presidente para beneficiar um candidato de agrado às elites em 2026 – de preferência, algum direitista que coma de garfo e faca, mas, na quase certa ausência de alguém competitivo com este perfil, serve um candidato sem modos, mesmo.
Ao governo, resta tentar virar o jogo, a começar cortando as chances de nova alta da taxa de juros, que levaria o Brasil a ser o país com maior taxa real (descontada a inflação esperada) do planeta antes de março. A tarefa é complicada, com um Congresso hostil, mas possível se Lula voltar a falar a língua popular. E pode começar escanteando aqueles que acham que as emissoras do Grupo Globo são a mídia do governo (lembrem-se da entrevista exclusiva de Lula ao Fantástico quando estava para sair do hospital).
O dólar do Google
Um raio não cai 2 vezes no mesmo lugar. É o que dizem… No caso do Google, caiu. Pela segunda vez em 2 meses, o buscador forneceu a cotação errada do dólar frente o real. Em novembro, o erro sedimentou a imagem de que o dólar passaria de R$ 6. Agora, em pleno feriado de Natal, novo equívoco, jogando o dólar a R$ 6,38 – a moeda norte-americana fora negociada a R$ 6,15, antes do recesso.
A culpa foi empurrada para a Morningstar, multinacional norte-americana, que admitiu o engano e disse que a falha já foi consertada.
Parafraseando Marx, ao contrário dos raios, a história se repete 2 vezes: a primeira como tragédia, a segunda como farsa.
Rápidas
A 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes abre o calendário audiovisual de 2025, entre 24 de janeiro e 1º de fevereiro, com mais de 100 filmes em pré-estreias e mostras temáticas *** O governador do Rio de Janeiro sancionou lei que inclui o dia de Nossa Senhora de Aparecida (12 de outubro) no Calendário Oficial do estado. Mesmo sendo feriado nacional, a data ainda não fazia parte do calendário fluminense.