A forte adesão dos estados à redução do ICMS deverá levar a uma deflação expressiva do IPCA já em julho. “A princípio, trabalhávamos com uma defasagem maior até o seu aparecimento nos preços, com deflação apenas em agosto. Mas, hoje, com todas as incertezas inerentes ao processo, vemos a chance de uma queda de 0,5% a 1% nesse mês”, analisam os economistas do Banco Original Marco Caruso (economista-chefe) e Eduardo Vilarim.
O IBGE divulgará o IPCA de junho na próxima sexta-feira, ainda sem captar os efeitos da redução dos preços dos combustíveis.
Os economistas ressaltam que a semana tem uma agenda econômica importante. O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), divulgará a ata da última reunião na quarta-feira. Na sexta, saem dados do mercado de trabalho nos EUA.
“A volatilidade dos mercados segue alta, oscilando, grosso modo, entre duas grandes narrativas: o desafio desinflacionário é grande o suficiente para esperarmos uma recessão iniciada pelo BC norte-americano versus a esperança de que sinais de recessão despertarão o velho Fed, que aliviaria o aperto nas condições financeiras”, resumem Caruso e Vilarim.
De acordo com a análise, “hoje, o desafio concreto está na ponta inflacionária; em um segundo momento, talvez em meados de 2023, o desafio caminhará em direção à recessão”.
“Na nossa leitura, [o Fed] deverá seguir justamente o timing dessas duas narrativas; seguirá apertando os juros, com viés hawkish (inclinado a mais juros), monitorando em segundo plano a atividade. Nós entendemos que uma preocupação prévia com a possibilidade de recessão é precipitada.”
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