Juros: alta brasileira e queda americana animam mercado nacional

Copom aumenta a Selic para 10,75%, enquanto Fed corta juros em 0,50 p.p., influenciando as expectativas do mercado

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Banco Central (Foto: divulgação)
Banco Central (Foto: divulgação)

As decisões de juros anunciadas ontem pelas reuniões monetárias dos Bancos Centrais do Brasil e dos EUA, Copom e Fomc, trouxeram ajustes relevantes para o mercado financeiro. Aqui, o Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 0,25%, levando-a para 10,75% ao ano, como parte de sua estratégia de controle da inflação. Nos EUA, o Federal Reserve iniciou seu ciclo de queda de juros com um corte de 0,50 p.p, reduzindo a taxa na terra do “Tio Sam” para o patamar de 4,75% a 5%, refletindo uma política monetária mais branda diante dos sinais de desaquecimento econômico.

As decisões estavam em linha com as expectativas do mercado, mas seus efeitos ainda serão sentidos nos próximos meses. Essas magnitudes eram esperadas, principalmente aqui no Brasil, onde o aumento foi moderado. Isso deve continuar favorecendo ativos de renda fixa e investimentos atrelados à Selic e realizando sua principal função, o controle inflacionário. Já nos EUA, o corte pelo Fed foi visto como um sinal claro de que a desaceleração econômica preocupa, o que pode impactar a curva de juros globalmente.

Os investidores agora precisam ajustar suas carteiras de acordo com as novas realidades econômicas em cada país. No Brasil, a elevação da Selic mantém a atratividade de investimentos em renda fixa, enquanto nos EUA, o corte dos juros pode favorecer ativos mais arriscados, como ações, mas ainda depende da resposta do mercado às novas condições econômicas.

Nos EUA, o Federal Reserve decidiu por um corte de 0,50 p.p. nos juros, buscando estimular a economia diante de sinais de enfraquecimento. A decisão, embora inesperada para alguns, já era prevista por analistas mais atentos ao cenário de desaceleração. Essa é a primeira vez que a taxa é reduzida desde março de 2020, como parte dos esforços do Fed para impulsionar a economia em meio a sinais de desaceleração.

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Embora o mercado já esperasse um corte nos juros, com base em sinalizações recentes do presidente do Fed, Jerome Powell, o tamanho da redução surpreendeu, pois não havia consenso entre os especialistas. Dos 12 membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), 11 apoiaram o corte de 0,50 ponto, incluindo Powell, enquanto um membro votou por uma redução menor, de 0,25 ponto porcentual.

No Brasil, o aumento de 0,25% na taxa Selic, levando-a a 10,75%, reflete o compromisso do Banco Central em conter a inflação, que permanece como principal preocupação. O Banco Central adotou uma postura mais dura (hawkish) ao deixar claro que mais altas podem ocorrer caso a inflação persista. Isso traz previsibilidade e deve continuar favorecendo investimentos em renda fixa e títulos públicos. A curva de juros pode cair um pouco no longo prazo, e o mercado de câmbio também pode responder positivamente, com o dólar em leve queda.

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Paulo Cunha

CEO da iHUB Investimentos

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