Taxa no rotativo do cartão explode para mais de 370%

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Dinheiro na mão
Dinheiro na mão (Imagem: divulgação)

As famílias e as empresas pagaram taxas de juros mais altas em junho deste ano, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). A taxa média de juros para pessoas físicas no crédito livre chegou a 51,5% ao ano (a.a.), com aumento de 1,1 ponto percentual em relação a maio e de 11,7 pontos percentuais em 12 meses.

Nas contratações com empresas, a taxa livre cresceu 0,7 ponto percentual no mês e 8,1 pontos percentuais (p.p.) em 12 meses, alcançando 22,6% a.a.

A taxa média de juros das novas contratações de crédito em junho atingiu 28,1% a.a., com elevação de 0,5 p.p. no mês e de 8,1 p.p. em relação a junho do ano anterior. O spread – diferença entre as taxas de captação e quanto os bancos cobram – das novas contratações situou-se em 17,7 p.p., alta de 3,3 p.p. em 12 meses.

Para pessoas físicas, o destaque foi o cartão de crédito, com alta de 2,1 pontos percentuais no mês, alcançando 78,7% ao ano. No crédito rotativo, que é aquele tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias, a taxa alcançou 370,4% ao ano. Em junho de 2021, o juro no rotativo alcançava 329,1%. Em um ano, portanto, houve aumento de mais 40 pontos percentuais.

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No cheque especial, a taxa chegou a 129,2% ao ano, 4 pontos percentuais acima de junho de 2021. O crédito pessoal consignado não escapou dos aumentos. Os juros médios de 18,7% pularam para 24,7%.

Para empresas, também houve aumentos na maioria das modalidades. No crédito livre, os juros alcançaram 23,3% ao ano; cheque especial, 316,9% ao ano; e desconto de cheques, 36,8% ao ano.

De acordo com o BC, a inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias) tem mantido-se estável há bastante tempo, com pequenas oscilações, e está em 2,7%. Mas o endividamento das famílias, relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses, não para de crescer e chegou ao recorde de 52,8% em maio.

Já o comprometimento da renda, relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período, ficou em 27,6% naquele mês. Para esses últimos dados, há uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o Banco Central depende de dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a renda das famílias.

Em junho, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional ficou em R$ 4,956 trilhões, com aumento de 1,6% em relação a maio. O crescimento em 12 meses da carteira chegou a 17,8% em junho. O saldo do crédito correspondeu a 53,9% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços que o país produz.

O crédito ampliado ao setor não financeiro, que é o crédito disponível para empresas, famílias e governos independentemente da fonte (bancário, mercado de título ou dívida externa) alcançou R$ 14,139 trilhões, crescendo 3% no mês e 12,7% em 12 meses.

O aumento foi devido sobretudo à dívida externa, que se elevou em 6,8%, afetada pela depreciação cambial de 10,8%. Na comparação trimestral, o crédito ampliado cresceu 5,4%, prevalecendo as elevações na carteira de empréstimos do Sistema Financeiro Nacional, 3,7%, e nos títulos públicos de dívida, 5,3%.

Com Agência Brasil

Matéria atualizada ás 20h05 para inclusão de dados.

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