Justiça homologa plano de recuperação judicial da SuperVia e autoriza criação de fundo para facilitar transição

Medida visa garantir continuidade do serviço ferroviário e preservar empregos no Rio de Janeiro

260
Trem da Supervia na estação (Foto: Tânia Rêgo/ABr)
Trem da Supervia na estação (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

A 6ª Vara Empresarial da Capital homologou, nesta terça-feira (4), o aditivo ao plano de recuperação judicial da SuperVia, concessionária responsável pelos trens urbanos do Rio de Janeiro. A decisão autoriza a criação de um fundo e a separação de ativos para venda, medidas consideradas essenciais para a transição do serviço e a continuidade da operação ferroviária.

O juiz Victor Agustin Cunha Torres destacou, na decisão, que as medidas representam um avanço em relação ao cenário de insolvência do Grupo SuperVia, registrado há pouco mais de um ano.

Diversos fatores, inclusive o insistente chamado do juízo à composição, revigoraram nos envolvidos o espírito público e os trouxeram de volta à mesa de negociações para garantir a continuidade do serviço

afirmou

Entre as determinações, está a autorização para criação e alienação da UPI Ferroviária (Unidade Produtiva Isolada) — um conjunto de bens, direitos e ativos que poderá ser vendido separadamente, sem transferência de dívidas. A estratégia busca atrair um novo operador para o sistema, preservar empregos e assegurar a manutenção do transporte ferroviário.

O magistrado também determinou que os controladores da concessionária revertam ao Fundo SuperVia os rendimentos líquidos da conta Escrow, utilizada como custódia intermediária de valores.

Espaço Publicitáriocnseg

Apoio do Estado

O juiz definiu ainda que o Estado do Rio de Janeiro deverá aportar R$ 10 milhões no Fundo SuperVia, valor abatido do total de R$ 70 milhões já reservados para o pagamento de verbas trabalhistas em favor do futuro operador. O repasse é considerado condição essencial para viabilizar a estruturação da UPI Ferroviária e garantir a continuidade do serviço até a consolidação da transição.

A SuperVia havia alertado, em outubro de 2024, para o risco de falência. Diante da crise financeira, a alternativa de criação da UPI Ferroviária foi apresentada como forma de permitir a entrada de um novo operador sem a transferência dos passivos da concessionária.

O plano de reestruturação homologado pela Justiça formaliza as condições para a extinção futura do contrato de concessão e a transferência da operação ferroviária a outro gestor, respeitando os princípios de preservação da empresa e continuidade do serviço público essencial.

Atualmente, a malha da SuperVia atende 12 municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, com 270 quilômetros de trilhos, 104 estações e oito ramais, transportando cerca de 300 mil passageiros por dia útil.

Fonte: Agência Brasil

Leia também:

Siga o canal \"Monitor Mercantil\" no WhatsApp:cnseg