Kamala pede união aos Democratas para derrotar Trump

Biden indicou sua vice após desistir da corrida; para especialista em mercado, 'Michelle Obama é a única democrata capaz de vencer o ex-presidente republicano'

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Kamala Harris (Foto: Gage Skidmore/CC2)
Kamala Harris (Foto: Gage Skidmore/CC2)

Após o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciar sua desistência de concorrer à reeleição, a vice-presidente, Kamala Harris, disse ontem que trabalhará para unir o Partido Democrata e o país para vencer o candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump.

“Farei tudo o que estiver ao meu alcance para unir o Partido Democrata – e unir a nossa nação – para derrotar Donald Trump e a sua agenda extrema do Projeto 2025”, publicou Kamala em sua rede X (ex-Twitter), e ainda pediu doação de recursos para a sua campanha. O Projeto 2025, citado por Kamala, é o conjunto de proposições da direita conservadora dos EUA para remodelar o governo norte-americano. Essas propostas foram desenvolvidas pela instituição ultraconservadora Heritage Foundation.

Ao desistir de concorrer à Presidência do país, Biden manifestou seu apoio ao nome de Kamala para substituí-lo. Para concorrer à Presidência dos EUA pelos democratas, no entanto, Kamala ainda precisa ter sua indicação aprovada pelo partido.

No X, ela também agradeceu a liderança de Biden à frente do país e disse se sentir honrada com o endosso de sua candidatura pelo presidente. “Em nome do povo americano, agradeço a Joe Biden pela sua extraordinária liderança como presidente dos EUA e pelas décadas de serviço prestado ao nosso país. Sinto-me honrada por ter o endosso do presidente e minha intenção é merecer e conquistar esta indicação”, disse.

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Na tarde deste domingo, em uma postagem na rede social X, Biden afirmou acreditar que, apesar de sua intenção de tentar um novo mandato, é do interesse do Partido Democrata e do país a retirada da sua candidatura. Em seguida, disse que se concentrará no seu trabalho como presidente até o final de seu mandato, em janeiro de 2025.

“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E, embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que seja do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre apenas no cumprimento de meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden em uma carta publicada na rede social.

O anúncio de Biden segue-se a uma onda de pressão pública e privada de parlamentares democratas e membros do partido para que ele desistisse da corrida após desempenho fraco em um debate televisivo no mês passado contra o rival republicano.

Segundo análise de Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus, “essa mudança nas eleições já era esperada, então, não tem nenhuma grande novidade, pois já estava precificado que até no máximo nessa segunda-feira o Baiden anunciasse a sua desistência da corrida eleitoral. Essa desistência tem o mesmo efeito do ataque ao Trump. Acaba gerando um efeito positivo para as bolsas, tanto é que a gente está vendo desde a abertura de ontem, os mercado futuros americanos positivos. Vale lembrar que, a vitória do trump traz alta para o dólar, até porque ele tem um perfil mais de cortar impostos e aquecer a economia. Porém, isso aquece a inflação, que é uma preocupação do governo. Lembrando que, a inflação, ainda não está nem perto de onde o Banco Central quer, que é 2%. O favoritismo do Trump permanece, ainda mais porque já foi meio que anunciado que é a Kamala Harris que vai ser a substituta do Trump. É quase trocar 6 por meia dúzia, foi uma vice inexpressiva, não teve muita relevância, então é difícil ela conseguir levar essa briga contra o Trump, mas o mercado já considera que é melhor uma Kamala nessa corrida do que o próprio Biden. A chance de ser uma Michelle Obama ser candidata, que seria a única a ter mais força para aumentar a disputa contra o Trump, é muito baixa”.

Já para Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, “a desistência de Biden sem dúvidas reconfigura todo o cenário eleitoral, mas Trump permanece como um candidato forte, inclusive favorecido pela incerteza entre os Democratas. Acredito que uma vitória de Trump poderia fortalecer a relação econômica com o Brasil, potencialmente favorecendo acordos comerciais e investimentos bilaterais. Michelle Obama, se entrasse na disputa, poderia se tornar uma adversária extremamente relevante devido à sua popularidade e apelo político, com facilidade de conduzir a narrativa política defendida pelo partido. O recente atentado, ao destacar questões de segurança, pode ter beneficiado Trump ao reforçar sua imagem de liderança forte, pessoa resiliente. A moeda americana tende a se valorizar com a vitória republicana, impulsionada por expectativas de políticas pró-negócios e de redução de regulamentações”.

E para Alex Andrade, CEO da Swiss Capital, “em relação à desistência do Biden, era uma decisão já esperada. Uma mulher e negra, com certeza tem mais chances que o atual presidente dos EUA. Porém, na minha visão, a Michelle Obama é a única democrata capaz de vencer Trump, diferente de Kamala Harris. Um fato que já vimos no passado e podemos ver de novo é, uma economia americana mais forte e valorização do dólar frente todas as moedas globais, principalmente dos países emergentes como o Brasil. Por outro lado, caso a economia americana tenha algum problema em relação às eleições, como a vitória de um democrata, algo pouco provável, isso poderá fazer com o americano não arrisque o seu capital em investimentos em países emergentes”.

Com informações da Agência Brasil

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