Fabricantes de medicamentos e distribuidores inundaram os EUA com mais de 75 bilhões de pílulas de opiáceos nos anos em que a epidemia de dependência de analgésicos aumentou para níveis recordes, segundo dados que eram mantidos sob segredo e foram divulgados por um tribunal norte-americano. A revelação foi feita pelo jornal britânico The Guardian.
Os grandes laboratórios pagaram centenas de milhões de dólares em acordos extrajudiciais, em parte para manter oculta a evidência de que eles aumentaram o fornecimento de opiáceos ao mesmo tempo em que as autoridades declararam uma epidemia.
Em 2012, as prescrições de opioides atingiram o pico de 282 milhões por ano, o suficiente para fornecer a cada adulto norte-americano um mês de pílulas. Um negócio mortal e lucrativo: as vendas anuais passaram de US$ 8 bilhões.
Saúde neoliberal
Desde o impeachment de Dilma Rousseff, os responsáveis pela aprovação e acompanhamento das parcerias de desenvolvimento produtivo na área da saúde vêm alterando as compras de medicamentos, desviando do estabelecido nos contratos em vigor.
“O Ministério da Saúde fez várias licitações internacionais para a compra desses medicamentos, ignorando as parcerias em curso, o que pode ter provocado atrasos e outros problemas”, afirma a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que criticou a suspensão dos contratos para fabricação de medicamentos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) foi iniciada em 2008 e teve como objetivo provocar uma sinergia entre as necessidades do SUS e o acesso universal a remédios, com fornecimento por produtores públicos.
As parcerias de desenvolvimento produtivo funcionam assim: transfere-se tecnologia de medicamentos selecionados pelo Ministério da Saúde por produtores privados para instituições públicas, garantida a compra dos produtos pelo Ministério por um período determinado.
Segundo a Abrasco, desde o início “interesses contrários à produção e ao desenvolvimento tecnológico no país vêm procurando limitar, ou mesmo destruir, essa política que alia a produção local à garantia do acesso universal”.
O Estado brasileiro, lembra a Associação, viabilizou investimentos para levar a cabo a parceria. Permanecendo a suspensão determinada pelo Ministério da Saúde, “sem uma análise aprofundada e transparente, será gerado um prejuízo financeiro e, em especial, ao acesso universal à saúde em uma conjuntura de carência quase absoluta de investimentos industriais no país”.
Nos dez anos de existência da política, houve enorme economia para o SUS, quando se compara os preços anteriores às PDP. Se o Ministério tiver que realizar compras no mercado internacional, pagará preços muito maiores, elevando o prejuízo aos cofres públicos e à população que necessita dos medicamentos.
Balança da dependência
Números levantados pela FGV demonstram a queda nos preços das commodities. No primeiro semestre, o volume de produtos exportados pelo Brasil cresceu 2% quando comparado aos primeiros seis meses do ano passado. A alta foi liderada justamente pelos produtos agrícolas e minerais.
Mas com os valores das commodities em baixa, as exportações brasileiras no semestre caíram 3,5%. Com isso, o saldo comercial (vendas menos importações) encolheu para US$ 26 bilhões, US$ 4 bilhões menor do que o de 2018.
Depender de produtos básicos cujos preços são determinados por bolsas de valores e mercadorias no exterior dá nisso.
Direcionado
Diz a Piauí que quando Doria e Goldman romperam, Bia Doria (a ricaça que gosta da Lei Rouanet) se arrependeu de direcionar o sorteio de um Kia para o casal Goldman em evento do LIDE. Que não sejam desse naipe as direções dadas a SP pelo governador e primeira-dama.
Rápidas
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizará em 12 de agosto o “2º Diálogo de Saúde Suplementar: o Desafio da Coordenação do Cuidado nos Planos Coletivos Empresariais”, em parceria com o Sesi *** O grupo Os Três Nordestinos se apresenta no Caxias Shopping nesta sexta-feira, a partir das 19h30 *** Marcelo Kitsuda, CEO da Marchon Brasil, assumiu o cargo de presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica).