Latino-americanos gastaram mais em compras para o lar em 2023

Já consumo nacional movimentará R$ 7,3 trilhões neste ano

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Supermercado (Foto: Marcelo Camargo/ABr)
Supermercado (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Em 2023, os consumidores da América Latina não apenas investiram mais em compras para o lar, como aumentaram os gastos a um ritmo mais rápido do que a média global e a inflação do mercado local. Números do Brand Footprint Latam 2024, relatório produzido pela Kantar, apontam alta de 14,3% com bens massivos de consumo contra 8% ao redor do mundo.

Cada família gastou, em média, US$ 928 no ano, um aumento de 12,8%. Isso sem contar que o desembolso por viagem de compra aumentou 12,4%, quase o dobro da taxa de crescimento global de 6,7%.

Em relação às marcas, os latino-americanos fizeram 53 bilhões de escolhas em 2023, um adicional de 10,3 milhões ou uma alta 1,7% em comparação ao ano anterior.

“Isso significa que os consumidores fizeram pelo menos uma escolha de marca todos os dias”, afirma

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O segmento de alimentos representaram mais de um terço (35,7%) de todas as escolhas de marcas. O setor foi seguido por bebidas (22,1%) e cuidados domésticos (15%). Empresas regionais e locais dividiram os carrinhos com as globais, mas o primeiro grupo teve maior representatividade, abocanhando 62% do mercado.

Independentemente do porte, a penetração (número de pessoas que compram determinada marca) mostrou-se chave para o crescimento. Prova disso é que 88% das empresas melhoraram seus índices por meio dessa métrica. De forma geral, a região apresenta ambientes mais positivos, com mais marcas crescendo do que diminuindo.

Em relação às marcas mais compradas pelos latino-americanos, os nomes que compõem o Top 5 permanecem os menos de 2022. São eles: Coca-Cola (1º colocado e +6,7% no CRP), Colgate (2º lugar e -0,3% no CRP), Pepsi (3ª posição e +14,7% no CRP), Bimbo (4ª colocação e -5,4% no CRP) e Grupo Lala (5º colocado e +5% no. CRP). “Essas grandes marcas seguiram capturando compradores e aumentando e sua frequência de compra. Sabemos que é um mercado competitivo que menos marcas perdem, investir na marca é primordial”, comenta a especialista.

O material abrange mais de 5,8 mil marcas locais e 42 mil globais e contempla 14 mercados, que retratam os hábitos de 90% da população da América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Peru e Panamá.

Já Pesquisa IPC Maps 2024 mostra que ao longo deste ano, as famílias brasileiras deverão desembolsar cerca de R$ 7,3 trilhões com os mais diversos itens de bens de consumo, o que representa um aumento real de 2,5% em relação ao ano passado. A conclusão, seguindo a atual expectativa do PIB de 2,2%.

Quanto aos hábitos de consumo, o levantamento reitera a elevada despesa com veículo próprio, chegando a comprometer 12,5% do orçamento familiar. Não por acaso, esse comportamento vem acontecendo desde 2020, no início da pandemia, em função da crescente demanda por transportes via aplicativos e deliveries, tanto pelo consumidor, quanto pelos trabalhadores. De tão altos, tais gastos vêm superando outros setores, inclusive o de alimentação e bebidas no domicílio.

O Brasil possui cerca de 205,5 milhões de cidadãos, segundo projeções feitas pela IPC Marketing, após a divulgação dos primeiros resultados do Censo de 2022. Destes, 174,3 milhões moram na área urbana e são responsáveis pelo consumo per capita de R$ 38,9 mil, contra R$ 17,3 mil da população rural.

Tradicionalmente, a classe B2 lidera o panorama econômico, representando cerca de R$ 1,7 trilhão dos gastos. Junto à B1, pertencem a 21,8% dos domicílios, assumindo 42,3% (mais de R$ 2,8 trilhões) de tudo que será desembolsado pelas famílias brasileiras. Presentes em quase metade das residências (47,8%), C1 e C2 totalizam R$ 2,2 trilhões (33,1%) dos recursos gastos. O grupo D/E, por sua vez, ocupando 27,8% das moradias, consumirá cerca de R$ 675,8 bilhões (10%). Embora em menor quantidade (apenas 2,6% das famílias), a classe A ampliou sua movimentação para R$ 990,9 bilhões (14,6%), distanciando-se cada vez mais da população de baixa renda.

Já na área rural, o montante de potencial de consumo deve chegar a R$ 540,3 bilhões (7,4% do total) até o final do ano.

Entre abril de 2023 a abril de 2024, a quantidade de empresas no Brasil disparou, numa alta de 8,1%, somando 23.979.576 unidades instaladas. Destas, mais de 60% (14.663.004) são Microempreendedores Individuais (MEIs), responsáveis pela criação de mais de 1,1 milhão novos CNPJs no período.

A Região Sudeste mantém a liderança no ranking das regiões, respondendo por 48,9% do consumo nacional. Na sequência, vem a Sul, com uma representatividade de 18,6%, sendo quase alcançada pela Nordeste, com 17,9%. Na quarta posição está Centro-Oeste, aumentando sua fatia para 8,7%, e por último, a Região Norte, perdendo espaço para 5,9%.

O desempenho dos 50 maiores municípios equivale a R$ 2,804 trilhões, ou 38,3% de tudo o que será consumido em território nacional. De 2023 para cá, os principais mercados vêm mantendo suas posições, sendo, em ordem decrescente: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e Fortaleza, entre outros. Cidades metropolitanas ou interioranas, como Santo André (15º), São Bernardo do Campo (17º), Ribeirão Preto (18º), São José dos Campos (20º) e Sorocaba (21º), no Estado de São Paulo; Uberlândia (22º), em Minas Gerais; e São Gonçalo (24º), no Rio de Janeiro também se sobressaem nessa lista.

Sobre as preferências dos consumidores na hora de gastar sua renda, o realce continua sendo para a categoria de veículo próprio, cujas despesas devem somar R$ 797,8 bilhões, comprometendo 12,5% do orçamento familiar, em detrimento de outros segmentos, como alimentação e bebidas no domicílio, que respondem por 11% da renda doméstica.

Ainda assim, os itens básicos são prioridade, com grande margem sobre os demais, conforme a seguir: 26,9% dos desembolsos destinam-se à habitação (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás); 19,8% outras despesas (serviços em geral, reformas, seguros etc.); 7,1% são medicamentos e saúde; 4,9% alimentação e bebidas fora de casa; 4% materiais de construção; 3,8% educação; 3,6% vestuário e calçados; 3,5% recreação, cultura e viagens; 3,4% higiene pessoal; 3,2% móveis, artigos do lar e eletroeletrônicos; 1,5% transportes urbanos; 0,6% para artigos de limpeza; 0,5% fumo; e finalmente, 0,2% refere-se a joias, bijuterias e armarinhos.

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