Leiloeiro novo na praça

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O mais novo leiloeiro carioca é capixaba. Alexandre Mendes Gonzalez nasceu em Vitória, Espírito Santo, mas antes de completar dois anos veio com a família para o Rio de Janeiro e aqui cresceu e fez os primeiros estudos (Engenho Novo), passou a adolescência de praia, skate, rebeldia e indecisões (Copacabana) e em conseqüência do trabalho da mãe, descobriu mais tarde o universo da leiloaria, na qual deu os primeiros passos como auxiliar da equipe de Valdir Teixeira. Algum tempo depois Alexandre Gonzalez foi trabalhar com o leiloeiro Paulo Almeida, na época – início dos anos 90 – com casa montada para as vendas perto da Praça Afonso Pena e da sede do América Futebol Clube, na Tijuca.
Desse tempo até chegar ao escritório de Silvani Lopes Dias, onde começou a pensar seriamente em adotar a profissão de sua chefe, o novo leiloeiro andou por outros caminhos: área de seguros e previdência, com seu pai, feiras de antiguidades de final de semana – na Praça XV e no Cassino Atlântico – e outras ocupações ocasionais. A partir da experiência adquirida com Silvani e estimulado por ela a alcançar o seu objetivo (como aconteceu quando decidiu estudar Direito), Alexandre Gonzalez redobrou seus esforços nessa direção e finalmente, no último dia 12, compareceu à Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, para seu reconhecimento como leiloeiro público. Estavam presentes seu irmão William Gonzalez, artista plástico, os leiloeiros David Botelho e Silvani Lopes Dias, e o Sr. Raul José Ramos de Azevedo, além de outros funcionários da Jucerja. Boa sorte para o novo leiloeiro e paz e prosperidade para a leiloaria carioca.

Duas noites de surpresas
Pinturas da coleção de Carmem Mayrink Veiga, entre as quais seu retrato feito por Cândido Portinari em 1959 e vários trabalhos de Milton Dacosta, não esgotam os pontos de destaque no leilão que Soraia Cals e Evandro Carneiro vão apresentar nos próximos dias 24 e 25, a partir das 21h00, no local de sempre: o Atlantic Business Center (quarto andar), que se encontra na esquina da Avenida Princesa Isabel com Atlântica, em Copacabana Um belo e importante conjunto de porcelana Imari, pendant de raros quadros chineses da Dinastia Qing e um par de trabalhos a óleo – um sobre chapa de madeira industrializada e outro sobre tela – sobre o mesmo tema: um barco no cais do Caju, também são fortes concorrentes ao interesse do público. Um é de Rubens Fortes Bustamante Sá e o outro e de Waldyr Mattos, artista que passa dos 90 anos e continua em atividade. Os dois pintaram juntos, em 1958 e o trabalho de Bustamante Sá está reproduzido no livro sobre ele da autoria de Quirino Campofiorito.
Quem desejar levar para casa, ou para um museu, o retrato da famosa socialite, que é o lote número um do desfile/venda, terá que desembolsar, pelo menos, a respeitável quantia de R$ 350 mil, mas também terá uma obra que está reproduzida no catálogo raisonée do artista. Já o conjunto de porcelana japonesa Imari, que foi distribuído em 16 lotes sob o nº 2 e este acompanhado de letras de a até o, tem estimativa igualmente dividida, começando por estabelecer em R$ 13.400,00 o lance mínimo para levar uma dúzia dos preciosos pratos. Quanto ao pendant de quadros Qing, lotes 3 e 4 do leilão de Soraia/Evandro, têm o valor de partida estimado em R$ 125 mil cada um. Os óleos de Bustamante Sá e Waldyr Mattos estão nos lotes 164 e 165 e serão vendidos para quem se dispor a pagar importância igual ou superior às cotações extremamente baixas que estão valendo nesse leilão: R$ 1.700,00 cada obra. Exposição aberta nos dias compreendidos de 19 a 23 deste julho, das 12 às 21 horas no ABC, onde muitos quadros e esculturas dos anos 1990-2000 esperam a vez de brilhar na passarela dos lances.
Em tempo: Um segundo catálogo com texto do crítico de arte Frederico Morais trata exclusivamente da vida e obra de Gastão Worms, “Um solitário da Pintura”, contendo fotos de todos os trabalhos desse autor que Evandro leiloará do lote 211 ao 314.

Arte que nasce da sucata
De temperamento inquieto, mas fascinado por ferramentas, trabalhos manuais e coisas antigas, André Duarte estudou arquitetura e se formou em jornalismo, acabando por descobrir a sua verdadeira vocação: produzir esculturas com metal reciclado, ou melhor dizendo, sucata. Ele cria e recria peças usando metal e solda, a partir apenas de sua imaginação. E está agora expondo (até o próximo dia 27) seus sedutores objetos na Sala Cultural do Clube Militar, localizada no segundo andar do prédio que fica na Avenida Rio Branco com Rua Santa Luzia, na Cinelândia, espaço bastante conhecido dos artistas e seus admiradores. André tem 36 anos, gosta de viajar e foi numa viagem que fez à cidade espanhola de Alicante que viu uma peça decorativa de metal e se sentiu desafiado. E o que começou de maneira despretenciosa e sem experiência nenhuma, logo se transformou em atividade constante, que dá como retorno uma profunda satisfação. Para André Duarte, “produzir arte com sucata é dar vida nova a peças que, se antes estavam inertes e esquecidas, agora se movimentam livremente pela mente do observador”. Em 2006 , na primeira mostra de que participou com outros 49 artistas, ganhou o primeiro prêmio com um “Arqueiro”. Em novembro do mesmo ano, estava entre os 112 participantes da 54a edição do Salão das Artes Plásticas do Clube Militar carioca e conquistou o prêmio Palheta de Ouro, outorgado pela Fundação Casa do Estudante do Brasil, com duas de sua esculturas: “Mergulhador” (foto) e “Sentinela”. Daí, veio o chamado para a atual exposição individual.

Ledy Gonzalez

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