A Austin Rating, que em setembro classificou o risco do Banco Santos com a nota A (“O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa (…) O risco é muito baixo.”), alterou o rating para CCC no sábado passado, após a intervenção do Banco Central na instituição financeira paulista. A multinacional Moody”s também avaliava o risco do Banco Santos como “na média” em relação a seus pares e o máximo que divulgara antes da ação do BC foi que a nota estava em observação negativa. Tal como acontece com institutos de pesquisa na época das eleições, pergunta-se: para que serve mudar a nota depois que a vaca já foi para o brejo?
Independente
Como o PT perdeu um trocado depositado no Banco Santos, pelo menos desta vez a direita de plantão não poderá acusar o governo de favorecer seu partido. Também a amizade com Sarney – aliado de primeira hora de Lula – não impediu que Edemar Cid Ferreira visse seu banco sofrer intervenção. O que parece comprovar, no final das contas, que o PT não manda nada no Banco Central.
Olhos abertos
China, o país da moda, é tema de seminário amanhã no Mercure Hotel São Paulo Trianon. O objetivo da reunião promovida pela IBC Brasil é esclarecer empresários brasileiros sobre os pontos críticos de negociação com o país asiático e reduzir os riscos de investimentos lá. Participarão Embraer, Olimpus e Brandi Advogados, que mostrarão suas experiências, além de representantes de associações de fomento ao comércio bilateral. Detalhes no site www.ibcbrasil.com.br/china
É Natal
O carioca poderá concorrer ao Concurso de Decoração Natalina 2004, promovido pela prefeitura. O três primeiros colocados ganharão quatro ingressos, cada, para assistir ao réveillon em Copacabana nas áreas VIP. Na inscrição, o interessado deve apresentar cópia do IPTU quitado e deverá dar um quilo de alimento não perecível às obras assistenciais do município.
Escreveu, não leu…
A prefeita eleita de Satuba, no interior de Alagoas, Cícera Pereira da Silva, foi reprovada em quatro questões básicas de português e cinco de aritmética, aplicadas na semana passada. Ela foi declarada analfabeta funcional. O caso está nas mãos da juíza Marlene Medeiros.
A vida como ela é
Quem foi assistir, na noite de domingo, à peça O despertar da primavera, do dramaturgo e expressionista alemão Frank Wedekind, no Centro Cultural Marista, na Usina, no Rio, pôde confirmar que, mais uma vez, a realidade superou a ficção. Espectadores que aproveitaram o intervalo entre o primeiro e o segundo ato para pegarem um ar fresco na rua se depararam com dois carros que, num curto intervalo de tempo, passaram exibindo homens portando fuzis e pistolas apontados para o lado de fora. Diante da realidade, a peça de Wedekind, que trata da sexualidade dos adolescentes e suas relações com a sociedade adulta, incluindo temas como incesto e homossexualismo, que chocam o público desde que foi escrita, em 1890, pareceu brincadeira de criança.
Monocrático
A se concretizar, a ameaça de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai elevar, hoje, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto, de 16,75% ao ano para 17,25% ao ano, será mais um golpe nas ilusões dos que, alinhados ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, ainda alimentam ilusões sobre alguma influência mais do que periférica de Dirceu sobre a política econômica. Há poucos meses, o ministro da Casa Civil previu, com ares de promessa, que, até o fim do ano, a Selic estaria em 13% ao ano.
Segredo
Placa eletrônica da Ponte Rio-Niterói, instalada alguns metros antes da entrada da via, pregava, ontem: “Use o cinto de segurança”. Já na ponte, o motorista se deparava com um congestionamento que tomava dez dos 13 quilômetros da estrada. Para oferecer esse “serviço”, a concessionária Ponte S/A conseguiu um acréscimo no pedágio, em 1998, que deve hoje beirar os R$ 0,02 por veículo (R$ 720 mil por ano).