Um membro da equipe digitaliza um código QR do aplicativo Alipay de um cliente na Julius Meinl, uma cafeteria em Viena, Áustria, em 9 de janeiro de 2020. (Xinhua/Guo Chen)
Beijing, 18 mai (Xinhua) — O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou um aumento da ponderação da moeda chinesa renminbi (RMB) na cesta de moedas dos Direitos Especiais de Saque (SDR, sigla em inglês) após a conclusão de uma revisão quinquenal, a qual mostra um elevado reconhecimento e o selo de aprovação de instituições financeiras de classe mundial em relação à China, disse Hsia Hua Sheng, professor associado de finanças internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), o maior think tank da América do Sul.
Hsia disse à Xinhua que o movimento do FMI representa um selo de aprovação para o progresso socioeconômico da China nos últimos anos, um alto reconhecimento da determinação e esforços da China na regulamentação financeira, na reforma da lei e na abertura do mercado, e um voto de confiança no país em termo de seu esforço para impulsionar o comércio internacional e manter o crescimento.
Falando das razões pelas quais o RMB ganhou reconhecimento global e uso crescente em pagamentos internacionais, Hsia observou que a China está comprometida há muitos anos com pesquisas aprofundadas e reformas inabaláveis no setor econômico e financeiro, tornando-o capaz de combater os piores choques econômicos e mantendo uma sustentabilidade de longo prazo em seu mercado financeiro e monetário.
Enquanto isso, forjando laços mais estreitos entre a China e seus parceiros comerciais, a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, sigla em inglês) proposta pela China também vem contribuindo muito para a internacionalização do RMB, de acordo com Hsia.
A internacionalização do RMB realmente importa para o Brasil, pois a China é o principal parceiro comercial da maior economia da América Latina. O último Relatório de Gestão das Reservas Internacionais do Brasil, que descreve a evolução das reservas internacionais do país, divulgado pelo Banco Central, mostrou que em 2021, a participação do RMB aumentou de 1,21%, um ano atrás, para 4.99%, marcando um recorde desde sua entrada na cesta em 2019. Fim
Observando que a internacionalização do RMB poderia reduzir o custo do câmbio com o dólar americano como intermediário, Hsia disse que é propício para empresas agrícolas nos dois países. No entanto, Hsia acrescentou que ainda é uma meta de longo prazo, já que o uso do RMB deve se expandir além de bens para custo de produção e dívida, com o objetivo de aumentar a presença da moeda no comércio Brasil-China.
No futuro, Hsia expressou sua confiança na perspectiva de internacionalização do RMB. “Como líder no comércio global, a China mostrou grande vontade de participar dos assuntos econômicos globais, apesar da globalização prejudicada e das tendências crescentes de regionalização, o que levaria a um uso mais amplo do RMB”, segundo Hsia.
Com referência aos possíveis desafios enfrentados pela internacionalização do RMB, incluindo incertezas na arena internacional e riscos trazidos pela crescente regionalização, aumentos de preços e inflação global, Hsia disse que a internacionalização do RMB repousa na reforma e na abertura do mercado financeiro e sistema monetário da China.
A esse respeito, Hsia aconselha que a China poderia atrair mais investidores globais por meio de reformas e aberturas do mercado de derivativos financeiros mais aprofundadas e com mais emissão de títulos do governo denominados em RMB. Fim
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