Licenciamento de marca avança no Brasil com empreendimentos inovadores

Novo campo de atuação exponencial para licenciamento de marca. Por Fabiano Veronezi

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Licenciamento de marca: projeção do hotel do Grêmio na Serrta Gaúcha
Projeção do hotel do Grêmio na Serrta Gaúcha (foto reprodução)

Quando se analisa o mercado de licenciamento de marca, estudo da Global Licensing Industry evidencia que o Brasil é o oitavo no mundo em faturamento bruto. De US$ 5,9 bilhões gerados, US$ 580 milhões são dentro do mercado esportivo. E um dos impulsionadores do crescimento do faturamento com licenciamento de marca no futebol brasileiro vem de uma área até pouco tempo inimaginável: da hotelaria e multipropriedade. A indústria da hospitalidade fincou o pé no futebol e promete esquentar essa partida.

No Sul do país, os dois maiores clubes de futebol – Grêmio Foot-ball Porto Alegrense e Sport Club Internacional – terão seus próprios resorts temáticos com investimento de mais de R$ 1 Bilhão, na cidade de São Francisco de Paula, na serra gaúcha, conforme anunciado recentemente. E pela cessão de marca, cada um embolsará royalties por mais de 30 anos participação na comercialização e resultados de seus respectivos empreendimentos. Nunca se viu nada semelhante no Brasil, quiçá no mundo.

Não é novidade que a hotelaria e multipropriedade globais já se relacionam com o licenciamento de marca para potencializar seus negócios. As iniciativas bem-sucedidas até hoje englobam principalmente personagens do entretenimento, moda, música e artes.

E agora o esporte vem entrando também nessa lista de desejo, principalmente num país apaixonado por futebol, como é o Brasil. Porém, esse mercado que ultrapassa mais de 10,5 mil empreendimentos hoteleiros que hoje têm ocupação média de 60% e quer aumentar indicador começa a enxergar o licenciamento de marca por um outro viés. Esse olhar é o mesmo que o segmento imobiliário tradicional já vem mirando há algum tempo com prognósticos muito positivos.

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Ao dar um giro rápido pelo mundo, encontramos em Miami (EUA), por exemplo, um movimento interessante que ilustra isso. Os condomínios de luxo estão aderindo cada vez mais a licenciamento de marca e oportunidades estão surgindo com grifes globais. O mercado de condomínios de luxo com marca deve crescer 12% até 2026. Isso é o que prevê o relatório da consultoria imobiliária global Knight Frank. O mercado imobiliário nacional já iniciou esse flerte trazendo marcas de automóveis principalmente, por meio do licenciamento de marca, e a expectativa por aqui é que esse modelo de negócio avance também, seguindo os rumos do cenário global. Em terras brasileiras já temos edifícios da Porsche, Pininfarina, Louis Vuitton, entre outros.

Mas voltando ao futebol, levantamento recente do Instituto AtlasIntel evidenciou as maiores torcidas de futebol no Brasil e os dados são impressionantes. O Flamengo lidera (47 milhões), seguido por Corinthians (30 milhões), São Paulo (22 milhões), Palmeiras (20 milhões), Vasco da Gama e Cruzeiro (13 milhões, cada), Grêmio (10 milhões), Atlético Mineiro (9 milhões) e Bahia e Internacional (7 milhões, cada). Somados, os torcedores dos clubes citados somam algo em torno de 70% da população brasileira.

O esporte, com sua capacidade de unir emoções e paixões, abre portas para marcas de setores como imobiliário, hotelaria e serviços financeiros, oferecendo uma oportunidade singular de conexão com o público.

Fabiano Veronezi é CEO da FAMA Licensing.

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