Lições de 2020 e dever de casa para 2021

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Fogos de artifício (Foto: Nielmar de Oliveira/ABr)
Fogos de artifício (Foto: Nielmar de Oliveira/ABr)

Em reunião (virtual) da Redação do Monitor Mercantil, surgiu o debate sobre produção de matérias de retrospectiva de 2020. Falar sobre o quê? Pandemia? Manobras de Bolsonaro & famiglia? Realmente, o ano que termina não deixa boas recordações. Mas, desse limão, dá para fazer uma caipirinha, pensando em 2021 e além:

Ciência – nunca tantos valorizaram os pesquisadores e a inovação. Ainda que muitos cientistas mantenham uma dose de arrogância, o trabalho e a presença na mídia foram fundamentais na pandemia. No Brasil, o reconhecimento a um grupo abnegado e pouco valorizado dará frutos.

Estado – uma vez mais, foi a ação pública que evitou o pior. Em muitos casos, os governantes só se mexeram após se renderem à realidade (exemplos: o prefeito de Milão e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, esse sentiu na pele). Tanto nas medidas para reduzir a calamidade na saúde, quanto na economia, o Estado foi fundamental. Cabe agora, com a força política, corrigir em 2021 os erros que levaram boa parte, senão a maior, dos recursos públicos a serem canalizados para os ultrabilionários. Sem ilusões: a mudança só se dará com pressão e direção corretas.

SUS – na hora do “vamos ver”, o que segurou a barra foi o Sistema Unificado de Saúde, que mostrará seu valor também na hora da vacinação, já que o Brasil é exemplo na área (apesar do Governo Bolsonaro). O discurso do “foi bom enquanto necessário, agora é enxugar os custos” não vai prosperar.

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Trabalhadores – profissionais da saúde, da segurança, entregadores, caixas… a pandemia deixou claro que sem trabalho não há geração de riqueza (ou não deveria haver). Revelou também a imensa quantidade de pessoas sem ocupação digna e regular. Um exército de invisíveis que não podem voltar ao esquecimento.

Feliz 2021!

 

Lucro, mas menor

O lucro agregado das seguradoras em 2020 deve cair uns 15%, quando comparado ao nível de 2019. Em termos de receita, o segmento total (seguros + saúde) deve ter uma variação nominal de 5%. Isso leva a uma perda real, quando comparamos, por exemplo, com a variação do IGPM, analisa o consultor Francisco Galiza, da Rating de Seguros.

“Diante das circunstâncias terríveis do momento, com uma estimativa de queda de PIB de 4% em 2020, consideramos que os números do setor foram razoáveis”, classifica. “Para 2021, é nossa obrigação ressaltar que existem algumas nuvens que precisam ser dissipadas, como o aumento da inflação, a dívida pública e uma instabilidade política maior. Mas, enfim, economicamente, um ano de 2021 pior do que 2020 vai ser difícil”, afirma Galiza.

 

Recorde na crise

A Rodenstock, empresa alemã que fabrica lentes e armações, manteve o trabalho presencial, sem fechar um dia durante a pandemia, e comemora os bons resultados, com manutenção do quadro de trabalhadores e mais de 98% dos serviços realizados no prazo.

“Em outubro e novembro foram atingidos os recordes da Rodenstock Brasil, desde o início da operação da filial no país. Apostamos em novas parcerias, ampliando em mais de 30% o número de novas ópticas distribuidoras de Rodenstock”, comemora Hugo Mota, CEO e presidente da empresa no Brasil.

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