Limitado, caro e problemático

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Mais da metade dos brasileiros acima de 10 anos de idade tem celular e o acesso à Internet aumentou 75,3% em três anos. Ainda assim, 104,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade não usam a grande rede – 65,2% do total – e 40% dos estudantes brasileiros não tinham acesso à internet em 2008. Os números constam do suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008, do IBGE: “Todo crescimento é bem-vindo, mas o acesso à Internet deveria ter aumentado muito mais no Brasil. O número hoje só não é maior por causa do serviço de banda larga, que ainda é limitado, caro e problemático”, avalia Fernando Meirelles, professor da Escola da Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

Descompasso&atraso
Para Meirelles, o país vive um paradoxo: nos últimos anos, o numero de computadores  cresce rapidamente, mas o acesso à Internet não acompanha a mesma velocidade: “As limitações de infra-estrutura nas três dimensões – qualidade, acessibilidade e custo – estão atrasando o processo”, critica, acrescentando que os números relativos a Internet são ainda maiores que os divulgados: “Os números não fecham. Em 2008, já tínhamos mais de 50 milhões de computadores no Brasil. Não é possível que houvesse só 56 milhões de usuários.”

Subvenção
Apenas 14% das empresas contempladas no edital de Subvenção Econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) de 2006 declararam que terminaram o projeto dentro do prazo. “Isso é grave, pois a descontinuidade de projetos acarreta desperdícios”, critica o presidente da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec) e da Abinee, Humberto Barbato.
Para ele, é necessário contribuir com sugestões e propostas para melhorar o edital da Finep, uma das principais financiadoras de estudos e projetos do país.

Fábrica de idéias
De acordo com Barbato, o atraso decorre da própria natureza dos projetos aceitos, muitos com caráter claramente acadêmico: “Os editais de subvenção da Finep deveriam ser direcionados prioritariamente ao setor produtivo, pois é na fábrica que acontecem, na prática, as inovações que atendem à demanda da sociedade. O Brasil é hoje um grande produtor de papers, mas ainda está longe de registrar patentes tecnológicas em escala suficiente para garantir espaço entre os grandes players mundiais em setores estratégicos. O país vem regredindo quando comparado aos emergentes asiáticos”, salientou Barbato.

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União
A tese de Barbato expõe uma falsa contradição. É possível financiar bons projetos acadêmicos que desemboquem em inovações práticas; sem isso, o país continuará, ainda que em grau menor, dependente da produção intelectual estrangeira.

Neoudenistas
Apresentado por certo tipo de imprensa como um dos novos paladinos da moralidade pública, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) mantém estrondoso silêncio sobre o mensalão do DEM, partido do qual é aliado em Pernambuco. Espera-se que, se não for algum tipo mais grave de afonia, Jarbas, dessa vez, seja mais ágil do que o tempo que levou para descobrir que guarda antagonismo moral irremediável com o senador José Sarney (PMDB-AP), com quem conviveu pacificamente por quase oito anos durante o Governo FH.

Contrição
O primeiro ano da lei que prometia regulamentar e impedir os abusos cometidos pelos centros de telefonia das empresas completou-se sem que duas questões básicas fossem cumpridas. A primeira, que se apresentava óbvia, foi o fato de grande parte das empresas ignorar a essência da portaria do Ministério da Justiça. A segunda, como consequência da primeira, deveria incluir uma exibição, em cadeia nacional, do ministro Tarso Genro tentando reclamar com sua operadora de celular – obviamente sem auxílio de secretárias. É o mínimo que Sua Excelência deve ao distinto público após cancelar as multas de R$ 3,5 milhões que o ministério impusera a Oi e Claro.

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