Lucros das empresas subiram 55% no primeiro trimestre

287
Executivo com Bolsa em alta (foto Pxfuel, CC)
Executivo com Bolsa em alta (foto Pxfuel, CC)

Por Gilmara Santos, especial para o Monitor

 

A alta dos preços tem afetado em cheio o bolso dos consumidores, mas muitas empresas não têm do que reclamar. Estudo realizado pela Economatica mostra que o lucro das companhias de capital aberto subiu mais de 55% no primeiro trimestre deste ano na comparação ao mesmo período do ano passado.

Enquanto o lucro das organizações cresce, 46% das categorias que negociaram reajuste salarial no mês passado não conseguiram ganhos reais nos seus salários, conforme dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Nos últimos 12 meses, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acumula alta de 12,47%.

Espaço Publicitáriocnseg

O levantamento considera os demonstrativos financeiros de 324 empresas não financeiras entregues à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) até 24 de maio e com dados disponíveis no primeiro trimestre de 2021 e de 2022.

O lucro líquido nos primeiros três meses deste ano é de R$ 60,9 bilhões, 55,3% superior ao de 2021, quando as empresas registraram lucro de R$ 39,2 bilhões. Considerando as empresas não financeiras (sem Petrobras, Vale e Suzano), nove setores registram queda de lucratividade nos primeiros três meses deste ano com relação ao mesmo período de 2021.

Dos 25 setores não financeiros, somente o de educação tem prejuízo. O setor de energia elétrica, com 34 empresas, é o segmento com maior lucro acumulado no primeiro trimestre de 2022 com R$ 13,7 bilhões, valor 20,2% superior ao do mesmo período de 2021.

“Foram desconsideradas as empresas Vale, Petrobras e Suzano, porque os dados delas acabam distorcendo a amostra. Por exemplo, o lucro da Petrobras no primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 44,5 bilhões, que é o maior lucro da história para o primeiro trimestre de uma empresa de capital aberto”, explica Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional e comercial da Economatica.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, considera que os primeiros meses deste ano apresentaram um cenário bem distinto do início da pandemia para o resultado das empresas. “Tivemos um trimestre com as pessoas vacinadas há algum tempo e, mesmo com Ômicron, as pessoas se sentiram confortáveis de frequentar rua, comércio, evento, serviço e isso faz diferença no resultado de várias empresas relacionadas à necessidade das pessoas frequentarem pessoalmente seus negócios”, diz Cruz.

“As pessoas têm demostrado nos indicadores e pesquisas de opinião que querem frequentar os locais e isso deve aumentar a receita das empresas, se transformando em lucro”, comenta o estrategista da RB.

Ele explica que, ao mesmo tempo que a inflação colabora, pois as empresas repassam os valores aos consumidores, os custos também têm subido e tendem a impactar principalmente nas companhias que operam com margem mais apertada.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui