Nesta segunda, o presidente Lula cumprimentou o partido conservador União Democrata Cristã (CDU), da Alemanha, e seu líder, Friedrich Merz, que venceram as eleições nacionais, nesse de ontem. Com isso, Merz está no caminho para ser o próximo chanceler (primeiro-ministro) do país.
“Sua eleição ocorre em momento de grande sensibilidade geopolítica e geoeconômica global, mas também em momento de grandes esperanças e oportunidades de ganhos conjuntos”, afirmou o presidente, em nota.
Lula ressaltou, ainda, o forte histórico de atuação conjunta entre Brasil e Alemanha em diversos temas da agenda global. Para o presidente brasileiro, a implementação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia e a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil também serão “caminhos facilitadores desse processo”.
“A Alemanha é um país amigo e parceiro crucial do Brasil na defesa da democracia e do multilateralismo, na promoção do desenvolvimento sustentável e proteção dos direitos humanos”, diz a nota.
“Nossos países têm forte histórico de atuação conjunta por reformas na governança global. Estou convencido de que seguiremos trabalhando juntos para ampliar as convergências e complementaridades em prol de uma inserção internacional cada vez mais competitiva de ambos”, completou o presidente.
A votação ocorreu em meio ao avanço da extrema direita e recessão de dois anos consecutivos no país.
Após uma campanha marcada por uma série de ataques violentos e intervenções do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, o bloco conservador da CDU obteve 28,5% dos votos, seguido pelo Alternativa para a Alemanha, de extrema direita, com 20%, segundo pesquisa de boca de urna publicada pela emissora pública ZDF.
Merz tem 69 anos e não possui experiência anterior no Poder Executivo. Um liberal econômico impetuoso que deslocou os adversários conservadores para a direita, ele é considerado a antítese da ex-chanceler conservadora Angela Merkel, que liderou a Alemanha por 16 anos.
No entanto, sem uma maioria em um cenário político cada vez mais fragmentado, seus correligionários conservadores terão que sondar parceiros para formar uma coalizão. Essas negociações certamente serão complicadas após uma campanha que expôs fortes divisões sobre o tema imigração e como lidar com a AfD em um país onde a política de extrema direita carrega um estigma particularmente forte devido ao passado nazista.
Segundo a Reuters, “isso poderia deixar Scholz em uma função de primeiro-ministro interino por meses, atrasando as políticas urgentemente necessárias para reviver a maior economia da Europa após dois anos consecutivos de contração e enquanto as empresas do país enfrentam dificuldades contra as rivais globais. A situação também criaria um vácuo de liderança no coração da Europa, mesmo com o país lidando com uma série de desafios, como a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de uma guerra comercial e a tentativa de acelerar um acordo de cessar-fogo para a Ucrânia sem o envolvimento das potências europeias. A Alemanha, que tem uma economia voltada para a exportação e há muito tempo depende dos EUA para sua segurança, se encontra particularmente vulnerável.”
Com informações da Agência Brasil, citando a Reuters
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